A constituição da subjetividade: entre a norma e o cuidado a partir de Michel Foucault

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/03/2009

RESUMO

Em suas primeiras obras, Michel Foucault afirma que vivemos uma sociedade de controle, onde a subjetividade é moldada e produzida pelo sistema vigente. Por meio da relação entre discurso, verdade e poder percebe-se que a subjetividade na sociedade contemporânea é produzida por discursos enunciadores de verdades que nem sempre são as nossas, isto é, há uma constante produção de modos de ser que nem sempre é desejado, mas sim, induzido. Será estudado, portanto, em um primeiro momento, que o tipo de ethos que a sociedade contemporânea construiu está preso a uma norma de existência e, num segundo momento, como se pode resgatar o poder do sujeito enquanto criador de si, analisando a noção de ética e estética da existência. A hipótese levantada é pensar a formação da subjetividade a partir de uma constituição criativa/criadora que se dá por meio de uma práxis, da realização das virtudes. Para tanto, Foucault realiza uma volta aos gregos, buscando conceitos como epimeloû heautoû (cuidado de si), e resgatando a prática das virtudes como enkrateia (autodomínio), a phronesis (discernimento) e a sophrosune (prudência). Todas essas virtudes pressupõem uma constante luta, uma constante tensão para consigo mesmo, um exercício a fim de construir uma existência que seja prazerosa e feliz. Somente através dessas práticas de autodomínio que o indivíduo é capaz de discernir aquilo que é seu desejo daquilo que lhe é induzido e formatado como desejo.

ASSUNTO(S)

foucaul cuidado de si subjetividade ética the care for oneself subjectivity ethics filosofia

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