A construção social de mercados para os produtos da agroindústria familiar

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

As políticas de estímulo à modernização não atingiram de modo uniforme os pequenos produtores da agricultura familiar, e muitos passaram a valorizar a agroindustrialização como alternativa produtiva e fonte de renda familiar. Entretanto, o desafio é a comercialização desses produtos, pois a maioria é feita na informalidade (apesar de terem o registro sanitário, muitos ainda não possuem rótulos adequados) e a escala de produção é pequena, assim a saída é destinar os produtos para o mercado local, como feiras-livres, venda direta ao consumidor nas residências ou comercialização na propriedade rural. Neste sentido, o escopo deste trabalho é analisar a construção dos mercados para os produtos das agroindústrias familiares, caracterizando as relações sociais que as famílias mantêm com os diversos atores sociais nas ações de comercialização, utilizando-se da abordagem teórica da Sociologia Econômica, pois permite a compreensão de que os mercados são construções sociais, ou seja, são o resultado de formas específicas de interação social, da capacidade dos indivíduos, das instituições e das organizações locais promoverem ligações dinâmicas, capazes de valorizar seus conhecimentos, suas tradições e a confiança que conseguiram, historicamente, construir. A relação mercantil gera um laço social mesmo sem implicar relações pessoais íntimas, na medida em que esse laço não se esgota no único ato da troca, mas se enraíza e participa do processo de reprodução das instituições sociais. Os municípios de Assis Chateaubriand, Jesuítas, Maripá e Palotina, localizados na região oeste do Estado do Paraná, retrata bem esta realidade. Nestes se encontram a emergência de atores que buscam a cooperação (associações formais e informais) e a construção de uma rede de relações (sociais e econômicas) com engajamento das entidades públicas, e iniciativas privadas. Os centros de comercializações administrados pelas prefeituras e as próprias unidades familiares são espaços de socialização e articulação dessas redes. Além disso, os próprios produtores buscam e constroem os seus próprios canais de mercados, estabelecendo elos fortes entre os consumidores de seus produtos. O desafio para as agroindústrias é sua participação ativa na construção dos mercados.

ASSUNTO(S)

agroindústria familiar family agroindustry markets comercialização produto agrícola social relations networks relações sociais agricultura familiar

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