A escola primária noturna na política educacional mineira 1981-1924

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo analisar o processo de configuração da política educacional mineira para a população jovem e adulta trabalhadora no período de 1891 a 1924. Também objetiva compreender as implicações das reformas educacionais na definição e organização do ensino primário noturno desenvolvido pelo Estado, municipalidades, por particulares e por associações operárias. Contribuíram para o diálogo com as fontes documentais algumas das idéias ou conceitos desenvolvidos por autores como Roger Chartier, E. P. Thompson, René Rémond, Viñao Frago, Faria Filho, dentre outros. As principais fontes analisadas foram os anais do Congresso Mineiro; as legislações educacionais; os termos de inspeção técnica de ensino e relatórios das diretoras; as correspondências diversas, expedidas e recebidas pela Secretaria do Interior; os relatórios dos Secretários do Interior e Justiça; as mensagens dos Presidentes do Estado, dentre outras. Além dessas fontes foram utilizados também os jornais de época, como o órgão oficial do Estado, o jornal Minas Gerais; O Operário, da Liga Operária; O Labor, órgão de difusão da Confederação Auxiliadora dos Operários de Minas Gerais; e O Confederal, do Centro Confederativo do Estado. Foi possível constatar que a política educacional para atendimento aos trabalhadores mineiros foi se constituindo pari passu à construção da política de escolarização da infância mineira e que somente a partir da terceira década republicana os destinatários das políticas começaram a ser diferenciados de forma progressiva, principalmente, por meio da definição de uma idade escolar e de programas de ensino específicos para as escolas noturnas. Além disso, pode-se afirmar que a preocupação com a instrução primária dos trabalhadores ganhou espaço na agenda política do movimento operário mineiro e transformou-se em iniciativas concretas voltadas, principalmente, para os operários com idades superiores à idade escolar diurna. Destaca-se, porém, que a convivência intergeracional pode ser considerada uma das características do ensino noturno primário mineiro, bem como a ambigüidade na elaboração dos programas e o tratamento infantilizado nas instruções de ensino destinadas ao sujeito adulto que freqüentava as aulas noturnas. Pode-se ainda destacar, dentre outras, que a política de atendimento educacional aos trabalhadores mineiros contou com uma rede de instituições articuladas em torno do objetivo comum de instruir, levar as luzes à pobreza envergonhada do Estado.

ASSUNTO(S)

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