A importância de considerar a variabilidade em pequena escala na distribuição macrobêntica: segregação espacial entre duas espécies de caranguejo chama-maré (gênero Leptuca) (Decapoda, Ocypodidae)

AUTOR(ES)
FONTE

Iheringia, Sér. Zool.

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/11/2018

RESUMO

RESUMO Definir a escala apropriada de um estudo é importante quando tentamos entender os padrões de distribuição em estudos de comunidade. Caranguejos chama-maré estão entre os organismos mais comuns que habitam os ambientes estuarinos, e apesar de possuírem uma ampla distribuição latitudinal, são limitados por alterações em temperatura, correntes e padrões dos ventos. Dessa forma, muitas espécies co-ocorrem em escala local, onde suas distribuições são influenciadas por variáveis como diâmetro do grão de sedimento, salinidade e nível de maré. Nosso objetivo foi testar a segregação intra- e interespecífica em duas espécies similares de caranguejos chama-maré, que comumente são encontradas em co-ocorrência (Leptuca leptodactyla e Leptuca uruguayensis), em uma pequena escala (10 m²). Foi observada segregação interespecífica, com L. leptodactyla ocorrendo primariamente no nível superior em relação à linha de maré, e L. uruguayensis no inferior. Entretanto, esse padrão foi independente de gênero e estágio de desenvolvimento, uma vez que segregações intraespecíficas não foram registradas. Possíveis influências do nível de maré, teor de silte/argila e competição na segregação interespecífica são discutidas. Apesar de L. leptodactyla e L. uruguayensis terem sobreposição em ocorrência quando a zonação do entremarés é desconsiderada, elas segregam quando os níveis de maré são individualmente amostrados. Esse resultado destaca a importância de estudos em pequena escala para identificar padrões não observados em escala regional, mesmo quando nenhum gradiente ambiental é inicialmente observado.

ASSUNTO(S)

caranguejos chama-maré praia estuarina pequena escala leptuca crescimento alométrico

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