A INFLUÊNCIA DA EROSÃO NA REGENERAÇÃO DE CLAREIRAS
AUTOR(ES)
Jorge Glauco Costa Nascimento
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
16/12/2009
RESUMO
A eficácia na restauração de áreas impactadas pela indústria petrolífera na Amazônia é um dos indicadores da sustentabilidade desta atividade econômica. O aperfeiçoamento das técnicas para restaurar ecossistemas perturbados passa pelo conhecimento da influência recíproca dos fatores bióticos e abióticos, importantes para entender o mosaico de espécies e a estrutura das comunidades. O desafio é integrar a pesquisa ecológica com a geomorfológica. A chave está em trabalhar com fenômenos que ocorrem na mesma escala de tempo e espaço. Desta visão vem o objetivo da tese: estudar como a erosão interfere e sofre interferência na restauração de áreas que utilizam a sucessão ecológica como princípio. As áreas estudadas estão contidas em um raio de 20 km ao redor das coordenadas 651115W e 045155S, Coari Amazonas, Brasil. Os instrumentos para obtenção de dados foram: a) análise de imagens de satélites; b) observações diretas; c) levantamento da microtopografia; d) coleta e ensaios com amostras do banco de sementes no solo; d) acompanhamento da mortalidade em plantios e sua relação com processos erosivos; e) inventário da regeneração. Estes dados foram coletados e tratados por estatística descritiva, testados e correlacionados, considerando os sítios de erosão e deposição, no contexto de características locais: i) solo exposto; ii) regeneração e iii) dossel do plantio. Os resultados mostram que em 76% das áreas onde foi realizado o plantio de árvores o solo permanece exposto, ou ocupado por espécies invasoras exóticas. Proponho o abandono da denominação clareira para as áreas impactadas pela indústria petrolífera, tendo em vista a intensidade do distúrbio. Em substituição apresento uma classificação das áreas degradadas em função do uso antes da restauração e do substrato: a) infraestrutura; b) prospecção e pesquisa; c) poço; d) empréstimo; e) bota-fora. O banco de sementes vem sendo recomposto após o distúrbio, a quantidade de sementes viáveis no banco aumenta das áreas de erosão para as de deposição (p=0,0062). Esta diferença é menor quanto maior for a proteção do solo. A diversidade de sementes cresce com o aumento da proteção do solo pela vegetação. A mortalidade das plantas cultivadas apresentou correlação significativa (r=0,74) com a presença de processos erosivos. O distúrbio provocado durante a abertura e utilização da área pode comprometer a resiliência do ecossistema. Nestes casos, a regeneração natural que ocorre é compatível com a sucessão primária e a restauração precisa ser enfocada como tal. Por isto recomendo que as técnicas para restauração da floresta impactada pela exploração de hidrocarbonetos sejam aperfeiçoadas e adequadas à intensidade do distúrbio causado, em cada área e dentro de uma mesma área.
ASSUNTO(S)
ecologia florestal reflorestamento Áreas degradadas - recuperação petróleo - exploração - aspectos econômicos impacto ambiental - amazônia ecologia
ACESSO AO ARTIGO
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