A leitura no contexto da prova de redação do vestibular

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Esta pesquisa tem por objetivo refletir sobre o papel da escola na formação do aluno-leitor-crítico, mais especificamente como lê um aluno após onze anos de escolaridade, numa situação desafiadora, ou seja, em que o contexto de produção é o momento da prova de redação do vestibular, quando são testados seus conhecimentos em leitura e escrita. Através da escrita avalia a leitura de alunos com o Ensino Médio concluído, partindo das hipóteses: se o vestibulando realizou inferências durante a leitura, atribuindo novos sentidos aos já existentes, fez uma leitura polissêmica; se não foi capaz de realizar inferências ou porque não compreendeu o que leu ou porque os conhecimentos prévios constantes de sua história de leitor não contribuíram para isso, sua leitura revelou-se numa paráfrase do já dito. O conceito de leitura como um processo de co-produção de sentidos, no qual o leitor vai ampliando os sentidos inicialmente compreendidos, enriquecendo-se a cada leitura realizada, fundamenta a pesquisa. Analisa as produções dos alunos sem perder a referência do contexto imediato e do contexto sócio-histórico em que ocorreram, isto é, a prova de redação do vestibular de uma faculdade particular do interior do estado do Paraná, tendo como interlocutor um professor que, devido à natureza da prova, assume o papel de avaliador. Por meio de redações selecionadas para análise, observa se os alunos fizeram leitura polissêmica, revelando-se co-produtores de sentido, ou leitura parafrástica, reproduzindo o já lido. A análise revela a ocorrência de leitura polissêmica em 48% dos textos e de leitura parafrástica em 52%. Conclui que a escola ainda tem muito a fazer quanto à formação de leitores maduros, embora o número de leitores que fizeram leitura polissêmica retrate que as transformações começam a acontecer.

ASSUNTO(S)

análise do discurso redação escolar leitura reading discourse analysis

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