A ocorrência do mutualismo facultativo entre Dyckia maritima Backer (Bromeliaceae) e o cupim Cortaritermes silvestrii (Holmgren), Nasutitermitinae, em afloramentos rochosos no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Botanica Brasilica

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-03

RESUMO

A presença de colônias de C. silvestrii é comum nos lajeados existentes em Itapuã. Na estação Morro da Grota1, 92,0 % dos termiteiros situados na rocha exposta e em ilhas de vegetação estão associados a D. maritima. Esta convivência ocorre em 31,2 % das ilhas na qual esta bromélia se faz presente. Nas ilhas, a comparação entre os substratos aonde D. maritima vegeta, o solo litólico húmico existente sob o manto do musgo Campylopus spp. e o substrato constituído pelo cupinzeiro indica que este último possui os teores mais elevados dos nutrientes P, K, Ca, Mg, Zn e Mn, maior CTC e maiores teores de partículas finas, principalmente o silte. O estabelecimento de D. maritima sobre os termiteiros de grande porte aumenta o seu valor de cobertura em ilhas de vegetação quando comparado com ilhas sem termiteiros ou com termiteiros de pequeno porte em áreas entre 2,7 a 8,0 m². Este fato é atribuído à melhoria físico-química do substrato e ao aumento de superfície e volume aptos a serem colonizados pela bromélia e proporciona maior competitividade em relação a outras espécies vegetais. As características apresentadas pela interação entre este cupim e D. maritima, pela primeira vez descrita na literatura, permitem indicar esta relação ecológica como mutualismo facultativo. Inferimos que o conjunto de observações apresentado constitui um modelo temporal de crescimento deste mutualismo, cujas fases inicial e tardia estão descritas neste trabalho.

ASSUNTO(S)

mutualismo dyckia maritima bromeliaceae cortaritermes silvestrii nasutitermitinae

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