A operação de Glenn bidirecional deve ser realizada com ou sem o auxílio de circulação extracorpórea?
AUTOR(ES)
Crotti, Ulisses Alexandre, Braile, Domingo Marcolino, Godoy, Moacir Fernandes de, Gonzalez Murillo, Harold, De Marchi, Carlos Henrique, Chigutti, Miriam Yukiko, Prieto Rincon, Omar Yesid, Moscardini, Airton Camacho
FONTE
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004-09
RESUMO
OBJETIVO: Comparar os pacientes onde a operação foi realizada com circulação extracorpórea (CEC) àqueles sem CEC, analisando suas características e verificando se houve ou não superioridade de alguma das técnicas empregadas. MÉTODO: Entre janeiro de 2002 e janeiro de 2004, 16 pacientes foram submetidos à operação de Glenn bidirecional (GB), todos com defeitos cardíacos complexos. Quatorze eram do sexo feminino, com idade mediana de 19 meses. Os pacientes foram divididos em dois grupos: A (GB com CEC) e B (GB sem CEC), sendo sete do grupo A e nove do grupo B. Foram analisadas comparativamente as variáveis: sexo, idade, pressão arterial pulmonar média (PAPM), operação realizada, tempo de CEC, pinçamento da aorta, derivação venoatrial, operações prévias, internação na unidade de terapia intensiva (UTI), hospitalização e complicações imediatas. RESULTADOS: A mediana da PAPM foi 13 mmHg. No grupo A, o tempo foi de CEC 91 ± 47 minutos (57-195 minutos) e o de isquemia miocárdica 25 ± 33 minutos (0-80 minutos). Destes, quatro necessitaram de procedimento intracardíaco ou ampliação de ramos pulmonares e três, auxílio da CEC como suporte ventilatório. No grupo B o tempo de desvio venoatrial foi de 21 ± 10 minutos (0-39 minutos). O tempo para extubação 9 ± 13 horas, mediana 3 horas (1-43 horas). A permanência UTI foi de 8 ± 12 dias, mediana 5 dias (1-50 dias). O período médio de internação hospitalar foi de 12 ± 12 dias, mediana 7 dias (0-50 dias). Cinco pacientes haviam sido submetidos à operação prévia. Dois (12,5%) faleceram, sendo um em cada grupo. Não houve complicações neurológicas, derrame pleural ou pericárdico. Todas as variáveis estudadas entre os grupos não apresentaram diferença estatística significativa. CONCLUSÃO: Apesar da amostra relativamente pequena, o presente estudo sugere que a operação de GB pode ser realizada com ou sem CEC com resultados semelhantes no que se refere à morbidade e mortalidade. Assim sendo, a operação sem CEC pode ser empregada com segurança quando os achados anatômicos forem apropriados e não houver hipóxia grave.
ASSUNTO(S)
cardiopatias congênitas artéria pulmonar veia cava superior circulação extracorpórea
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