A produção capitalista do espaço: os loteamentos, os condomínios fechados e o seu papel na formação do Bairro de Nova Parnamirim/Parnamirim-RN

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O trabalho aqui exposto desejou investigar o papel da evolução dos loteamentos fechados, do mercado de terras e das formas de extração da renda fundiária, no processo de produção capitalista do espaço urbano em Nova Parnamirim, município de Parnamirim/RN. Essa tendenciosa urbanização foi marcada por um expressivo aumento do número de condomínios residenciais fechados horizontais e verticais referentes a grupos sociais mais privilegiados financeiramente. Procurou-se, a partir daí, uma investigação temporal, baseada nas formas de apropriação do espaço mediadas pela ação dos diversos agentes produtores da cidade capitalista. Nesse sentido, fez-se necessário entender a historicidade da estrutura fundiária local, para que se pudesse analisar o princípio do processo. Não obstante, recorreu-se a instituições públicas como cartórios imobiliários e secretarias municipais para coletar as informações mais importantes e, ao campo através da aplicação de formulários junto à população do bairro, com intuito de averiguar as motivações de estabelecimento residencial no mesmo. Feito isso, confirmou-se que a atual organização espacial do bairro de Nova Parnamirim partiu de dois loteamentos: o Parque Vale do Pitimbú e o Parque dos Eucaliptos, ambos fracionados em vários loteamentos menores, nas décadas de 80, 90 e 2000, conformando uma intricada estrutura fundiária urbana. Atrelado a isso, constatou-se a instalação de uma lógica de segregação e auto-segregação conduzida por um mercado imobiliário que exclui os insolváveis e absorve os solváveis, motivado pela perspectiva de obtenção de rendas fundiárias urbanas pelos promotores imobiliários e pela migração de grupos da capital, do interior do Estado e de outras regiões do país. Os condomínios fechados horizontais e verticais representam formas de produção de uma nova forma de moradia, no que diz respeito tanto aos padrões arquitetônicos como socioeconômicos, fortalecida pelo ideal de segurança, qualidade de vida, pela necessidade da reclusão e da proximidade de Natal, com ênfase para o consumo de bens e serviços especializados e específicos. Concluiu-se que há uma valorização do solo e da habitação no bairro, o que reforça a promoção da segregação e da auto-segregação e, consequentemente, a reprodução capitalista do espaço urbano

ASSUNTO(S)

urbanização capitalista estratificação socioespacial capitalist urbanization lace of the earth sociospacial stratification condomínios fechados geografia urbana renda da terra closed allotment

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