A sociologia da religião como recapitulação da teologia cristã: Weber e as raízes proféticas do racionalismo ocidental
AUTOR(ES)
Freitas, Renan Springer de
FONTE
Revista Brasileira de Ciências Sociais
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-10
RESUMO
Desde os escritos seminais de Max Weber, a sociologia da religião tem retratado a profecia hebraica como a própria matriz do racionalismo ocidental, ao mesmo tempo em que lhe tem atribuído a promessa de um futuro no qual Israel prevaleceria sobre todas as outras nações. Após a experiência do exílio babilônico, essa promessa teria transformado os judeus em um "povo-pária", auto-segregado, ritualista, legalista, orientado por uma ética dual e, como tal, incapaz de conferir uma dinâmica universalista ao monoteísmo ético peculiar a seu próprio Livro sagrado. A profecia hebraica teria, nessa perspectiva, dado início a um processo evolutivo que somente o Novo Testamento, com sua doutrina da salvação universal, via sacrifício do Redentor, teria sido capaz de levar adiante. Argumenta-se que tal linha de raciocínio, que se encontra na base de todo o empenho, de matriz weberiana, em explicar a evolução da ética ocidental, se desenvolveu no interior de um arcabouço cuja natureza é teológica; mais precisamente, nos marcos da "teologia cristã da superação", assim chamada por postular que o Novo Testamento superou o judaísmo ao universalizar o acesso à graça divina que este último havia restringido a um pretenso "povo escolhido".
ASSUNTO(S)
sociologia da religião racionalismo ocidental profecia hebraica teologia cristã
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