Aderência bacteriana: estudo in vitro de superfície de aço inoxidável e liga de titânio-alumínio-vanádio de uso ortopédico / Bacterial adherence: an in vitro study of stainless steel and titanium-aluminium-vanadium alloy surfaces of orthopedic use

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O uso de metais na fabricação de implantes ortopédicos iniciou-se nas primeiras décadas do século XX. O aumento do uso de biomateriais implantáveis aumentam também os casos de infecção. A colonização da superfície do biomaterial pode ter início no momento da inserção do corpo estranho no organismo e geralmente é causada por microrganismos da microbiota da pele ou região adjacente ao implante. Este estudo teve por objetivo avaliar por métodos microbiológicos e microscópio eletrônico de varredura (MEV), a aderência bacteriana à superfície de aço inoxidável e liga de titânio de uso médico, bem como a molhabilidade da superfície destes metais. As bactérias usadas foram Staphylococcus epidermidis ATCC 12228 e Staphylococcus aureus ATCC 25923. Os discos de aço inoxidável (15,0 mm de diâmetro x 2,0 mm de espessura) e de liga de titânio (12,0 mm de diâmetro x 2,0 mm de espessura) foram inseridos, asséptica e separadamente, em tubos contendo 15,0 mL de caldo Mueller Hinton e 200,0 müL de suspensão bacteriana da ordem de 10 POT.8UFC/mL. Cada bactéria foi estudada individualmente. Os tubos foram incubados por 1, 6, 24, 48 e 72 horas sob agitação a 37 graus Celsius. Após os períodos de incubação, os discos foram retirados do caldo de cultura e submetidos ao banho de ultrassom em 5,0 mL de solução fisiológica 0,85% esterilizada. Deste líquido, foram realizadas diluições da ordem de 10 POT.-1a 10 POT.-4para a quantificação de células viáveis. Os valores foram expressos em UFC/mL. Para S. epidermidis sobre a liga de titânio, o número de células viáveis foi em 1 hora: 7,20 x 10 POT.4; 6 horas: 3,90 x 10 POT.6; 24 horas: 3,80 x 10 POT.6; 48 horas: 9,70 x 10 POT.6e 72 horas: 1,00 x 10 POT.7. Sobre o aço inoxidável, o número de células viáveis foi em 1 hora: 3,00 x 10 POT.3; 6 horas: 2,90 x 10 POT.6; 24 horas: 3,20 x 10 POT.6; 48 horas: 1,41 x 10 POT.7e 72 horas: 1,88 x 10 POT.7. Para S. aureus ) sobre a liga de titânio, o número de células viáveis foi em 1 hora: 2,00 x 10 POT.3; 6 horas: 1,00 x 10 POT.4; 24 horas: 3,10 x 10 POT.4; 48 horas: 4,30 x 10 POT.4e 72 horas: 5,80 x 10 POT.3. Sobre o aço inoxidável, o número de células viáveis foi em 1 hora: 6,00 x 10 POT.3; 6 horas: 2,00 x 10 POT.3; 24 horas: 1,50 x 10 POT.4; 48 horas: 3,20 x 10 POT.5e 72 horas: 6,00 x 10 POT.3. Ambas as superfícies metálicas foram caracterizadas como de média molhabilidade, onde a liga de titânio teve média + OU -desvio padrão de 39,016 + OU -11,267 e o aço inoxidável 58,083 + OU -7,165. Tanto o S. aureus quanto o S. epidermidis aderiram às superfícies dos biomateriais estudados, como foi observado por meio de MEV. Com base nos resultados é possível concluir que os dois microrganismos são capazes de aderir a superfícies metálicas. Isto aumenta a preocupação quanto à patogênese das infecções relacionadas a implantes ortopédicos, uma vez que esses microrganismos estão presentes na pele humana e oferecem o risco de reações inflamatórias e infecção, promovendo a perda do implante para efetivar a cura.

ASSUNTO(S)

bacterial adherence ti-6al-4v aderência bacteriana staphylococcus aureus staphylococcus epidermidis stainless steel staphylococcus aureus aço inoxidável staphylococcus epidermidis ti-6al-4v

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