Adquirindo uma nova cidadania: estudo do preparo do doente mental para viver na comunidade / Acquiring a new citizenship: a study of the preparation of the mentally ill to live in the community

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A assistência ao doente mental deve ser fundamentalmente humanista e o profissional de saúde deve deixar de considerar apenas a doença, passando a cuidar do doente, da pessoa que está sofrendo. Além da dimensão física, a pessoa deve ser atendida também em seu componente social, psíquico e emocional. O deslocamento do doente mental do lugar onde ele é visto como incapaz, desacreditado e excluído para o lugar de inclusão social não ocorre pela simples mudança de espaço físico. É na articulação dos detalhes do cotidiano, na maneira de agir e lidar com os objetos, espaço e tempo que se imprime a particularidade no mundo compartilhado. É esta apropriação que irá ordenar para o sujeito a realidade compartilhada, possibilitando a inclusão na sociedade. Os objetivos deste estudo foram: conhecer como tem sido realizado o preparo dos pacientes institucionalizados para saírem do hospital para morarem nas residências terapêuticas; e também, conhecer como o paciente institucionalizado percebe o seu preparo para sair do hospital a fim de viver nas residências terapêuticas. Tratou-se de um estudo descritivo-exploratório, com uma proposta de trabalho teórico-metodológica para abordagem qualitativa. A obtenção dos dados foi centralizada em um setor denominado Vila Terapêutica do Hospital Santa Tereza de Ribeirão Preto. Participaram da pesquisa todos os profissionais da equipe multidisciplinar, que prestavam cuidados aos pacientes institucionalizados, no setor Vila Terapêutica, e que quiseram participar da pesquisa, sendo eles onze que aceitaram; e também, todos os moradores que estavam sob os cuidados da equipe multidisciplinar da equipe descrita, e que moravam na Vila Terapêutica e que aceitaram participar da pesquisa, sendo um total de seis. De acordo com a apresentação e discussão dos dados coletados, percebemos que embora o hospital tenha projetos e propostas de mudanças, ainda possui muitas características manicomiais. A estrutura não favorece a reinserção social. Não aparece a proposta de reinserção na fala dos profissionais, e sim, a noção de "convencer" através de visitas, os moradores a morarem em residências terapêuticas. Nota-se que quando abordado os profissionais sobre a questão de como tem sido realizado o preparo dos moradores da Vila Terapêutica para saírem do hospital para morarem nas residências, ficou muito ressaltado que realizavam visitas às moradias na cidade, porém, não deram ênfase a outros espaços sociais. É importante oportunizar mais espaços de socialização, de recuperação de potencialidades, de inclusão, (muitas vezes desprezadas), reabrindo a comunicação do morador na família e no seu ambiente social, trazendo a ele possivelmente um sentido mais significativo de existência.

ASSUNTO(S)

assistance to the mentally ill assistência ao doente mental equipe reinserção social social rehabilitation team

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