Alterations on the dynamic and demography of tropical tree species after forest fragmentation in Central Amazon, Brazil. / Alterações na dinâmica e demografia de árvores tropicais após fragmentação florestal na Amazônia Central

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

O desmatamento na Amazônia voltou a crescer nos últimos anos, transformando florestas contínuas em campos agrícolas, pastagens e fragmentos florestais. Em poucos anos, muitas destas áreas são abandonadas e iniciam naturalmente um processo de regeneração florestal. Por sua vez, fragmentos florestais remanescentes iniciarão mudanças na demografia e na dinâmica da comunidade de árvores, processos conhecidos por uma série de estudos; contudo, pouco se sabe sobre mudanças que podem ocorrem ao nível espécie-específico. Este estudo, em uma abordagem ampla comparou a demografia e a dinâmica das 20 espécies arbóreas mais abundantes em florestas contínuas e em três fragmentos florestais de 10 ha ao Norte de Manaus, após 16 anos de isolamento. Um crescimento populacional negativo foi verificado para a maioria das espécies estudadas em ambos os ambientes. Porém, um hiperdinamismo foi registrado nas áreas fragmentadas, com aumento nas taxas de mortalidade e recrutamento, resultando em uma reposição populacional maior. Uma modelagem da dinâmica populacional associada ao efeito da fragmentação foi aplicada para os próximos sete mil anos. Os resultados não indicaram alguma tendência à extinção local para as 20 espécies selecionadas. Mas, estimou-se uma mudança substancial na estrutura das florestas fragmentadas, com uma redução da altura do dossel. Em uma abordagem mais específica, este estudo enfocou o efeito da fragmentação florestal na ecologia das sementes e plântulas de Minquartia guianensis Aubl. (Olacaceae acariquara-roxa). A dispersão primária dos propágulos, promovida pelas aves, parece ser essencial para a germinação das sementes e a predação de sementes exerceu um papel diferenciador entre os ambientes estudados. Nos fragmentos, a predação foi intensa e não poupou nem sementes inconspícuas. O crescimento das plântulas foi lento e no segundo ano foi maior nos fragmentos, provavelmente devido à maior oferta de luz. A simulação do crescimento das plântulas de acariquara-roxa revelou que para alcançar 10 cm de DAP, leva-se entre 30 e 150 anos. As informações geradas por este estudo podem ser úteis para a conservação da biodiversidade, o manejo de áreas florestais fragmentadas e a sustentabilidade da exploração florestal.

ASSUNTO(S)

fragmentação florestal demografia de árvores tropicais dinâmica florestal ecologia minquartia guianensis aubl.

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