Amnestic effects induced by different sleep deprivation regimes in mice: a behavioural characterization. / Manipulações experimentais dos efeitos amnésticos promovidos privação de sono em camundongos: uma abordagem comportamental

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Numerosas são as alterações fisiológicas promovidas pela privação de sono, tanto em humanos quanto em animais de laboratório. Entre elas, a privação de sono, principalmente de sono paradoxal, é capaz de promover prejuízos nos processos de formação e armazenamento da memória. De fato, diversos estudos já demonstram os efeitos amnésticos da privação aguda de sono, seja em roedores ou em humanos. Não obstante, poucos estudos têm abordado de forma integral as diferentes alterações comportamentais promovidas por regimes de privação de sono paradoxal. Nesse aspecto, ainda mais escassos são os estudos com animais envolvendo regimes de privação parcial crônica de sono, condição cada vez mais freqüente em diversas sociedades contemporâneas. Nesse cenário, em uma primeira série de experimentos, procuramos comparar os efeitos de diferentes regimes de privação de sono paradoxal sobre o comportamento de camundongos no modelo da esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado. Tal modelo é capaz de avaliar simultaneamente o aprendizado de uma tarefa discriminativa (pela evitação progressiva de um braço fechado associado a estímulos aversivos luz e som), bem como a retenção dessa tarefa (pela evitação desse braço fechado aversivo nas sessões de teste e reteste, mesmo na ausência dos estímulos aversivos). Além disso, o modelo avalia, simultaneamente, os níveis de ansiedade dos animais (pela evitação dos braços abertos do aparelho), bem como sua atividade locomotora (pelo número de entradas em todos os braços do aparelho). Nessa primeira série de experimentos, verificamos que os regimes de privação parcial crônica de sono paradoxal e privação ininterrupta repetida (privação intermitente) foram mais efetivos em promover déficits de aquisição e retenção quando comparados aos de regimes de privação aguda de sono paradoxal. Tais déficits cognitivos foram acompanhados por uma diminuição nos níveis de ansiedade e um aumento da atividade locomotora. Essas alterações comportamentais não se mostraram necessariamente associadas sob o ponto de vista causal, pois alguns regimes de privação de sono promoveram déficits de retenção na ausência de alterações na aquisição, na emocionalidade e na atividade locomotora. A grande maioria desses efeitos comportamentais foi revertida por um período de recuperação de sono por 24 horas após os respectivos regimes de privação. Tal período de recuperação mostrou também efeitos facilitadores da memória, per se. Em uma segunda série de experimentos, procuramos verificar o resultado da interação entre regimes de privação parcial crônica de sono paradoxal e administração aguda pré-treino de diferentes doses de etanol sobre o modelo de esquiva discriminativa. Verificamos que tal associação foi efetiva tanto em prejudicar como em facilitar a retenção da tarefa, dependendo criticamente da dose de etanol. Finalmente, em uma terceira série de experimentos, procuramos investigar a participação do fenômeno de dependência de estado sobre os déficits de retenção das tarefas de esquiva discriminativa e inibitória promovidos tanto pela privação aguda de sono paradoxal como pela privação aguda de sono total. Em ambos os tipos de tarefa, os déficits promovidos pela privação aguda de sono paradoxal (mas não aqueles promovidos pela privação de sono total) mostraramse criticamente associados ao fenômeno de dependência de estado.

ASSUNTO(S)

farmacologia 1. memória 5. camundongos. 2. sono 4. dependência de estado 3. ansiedade

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