Análise comparativa da competitividade das cadeias agroindustriais exportadoras de carne bovina em Goiás / Análise comparativa da competitividade das cadeias agroindustriais exportadoras de carne bovina em Goiás / Comparative analysis of competitiveness of exporting agroindustrial beef chains in Goiás state / Comparative analysis of competitiveness of exporting agroindustrial beef chains in Goiás state

Glaucia Rosalina Machado

O Brasil se destaca como o maior exportador mundial de carne bovina, sendo que Goiás se destaca como o segundo maior estado exportador, terceiro em produção de carne bovina e quarto em efetivo bovino, conforme dados de 2008 (SEPIN, 2009a). Devido à importância dessa atividade para a economia goiana e da atualidade e relevância do tema, optou-se por analisar de forma comparativa a competitividade das cadeias agroindustriais exportadoras de carne bovina do Estado de Goiás. Partiu-se da hipótese de que as cadeias agroindustriais exportadoras (formadas a partir dos grupos frigoríficos) de carne bovina em Goiás apresentam configurações, atores, recursos e transações diferentes, o que propicia o desenho de cadeias diferenciadas. Além disso, partiu-se do pressuposto de que os frigoríficos são os atores dinamizadores das cadeias e que as cadeias exportadoras de carne bovina em Goiás apresentam vantagens competitivas. Foram analisados os segmentos de produção (pecuária de corte), abate e processamento (frigoríficos), e distribuição e consumo. A análise da competitividade foi desenvolvida por meio de direcionadores e subfatores de competitividade, que totalizaram 20 direcionadores e 146 subfatores, considerando os três segmentos. A avaliação dos mesmos foi realizada sob a perspectiva do segmento abate e processamento (frigoríficos). Além disso, utilizou-se de dados secundários e entrevistas com agentes-chave. Através dos dados levantados, verificou-se que as cadeias, mesmo inseridas num recorte geográfico único, possuem características diferentes, como: estrutura física, estrutura econômica, gestão, participação de mercado, formato das transações, tipos de canais de distribuição, estrutura da distribuição no mercado externo, tipos de transportes, tipos de abate, dentre outros. A respeito da coordenação, as opiniões dos entrevistados divergiram, ficando claro que não existe uma coordenação definida na cadeia, mas que o elo abate e processamento apresenta maiores condições de exercê-la. Mesmo apresentando diferenças nos desenhos das duas cadeias, as notas atribuídas aos direcionadores (três segmentos) pelos dois grupos frigoríficos, na maioria dos casos seguiram uma mesma tendência, mesmo não sendo idênticas as atribuições de notas. Pode-se afirmar, a partir dos dados, que as duas cadeias exportadoras analisadas apresentam vantagens competitivas. Entretanto, o segmento produção pecuária apresentou as notas mais baixas, demonstrando que o Estado de Goiás, mesmo apresentando vantagens comparativas, necessita de mudanças na forma de gestão, uso de tecnologias mais avançadas, além da criação de incentivos governamentais para que as ações possam ser implementadas. Os outros elos, mesmo apresentando vantagens competitivas, necessitam de ações conjuntas, com o intuito de manter e aumentar a competitividade já conquistada. Foram elaboradas algumas sugestões de ações conjuntas que envolvem o setor privado e o setor público, a saber: apoio e incentivo ao avanço tecnológico do processo produtivo e da gestão das propriedades pecuárias do Estado de Goiás; coordenação da produção por demanda de mercado; agregação de valor da carne bovina; melhoria no sistema de regulação e fiscalização; cooperação entre os agentes da cadeia; diversificação de mercados para os produtos cárneos; incentivos fiscais; e melhoria da logística de distribuição.

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