Análise da atividade farmacológica do extrato etanólogico da Melissa officinalis L.
AUTOR(ES)
Giselle Guginski
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
O presente estudo analisou a possível ação antinociceptiva do extrato etanólico (EE) obtido da Melissa officinalis em modelos de nocicepção química, mecânica e térmica em camundongos e ratos. O EE administrado pela via oral (v.o.), 1 h antes do teste, inibiu significativamente as contorções abdominais induzidas pelo ácido acético, bem como as duas fases do teste da formalina e a nocicepção mediada por glutamato. Além disso, o ácido rosmarínico (0.3-3 mg/kg, v.o.), presente em grandes quantidades no EE, administrado 60 min antes do teste, também reduziu de forma dependente da dose a nocicepção induzida pelo glutamato. O EE ainda mostrou-se eficaz em reverter a nocicepção causada pela constrição parcial do nervo ciático em camundongos por até 12 horas e parece não induzir tolerância e nem ter efeito cumulativo com o tratamento prolongado. Além disso, o EE foi capaz de reverter a hiperalgesia térmica e mecânica induzida pela injeção intraplantar de BK, PGE2 e PMA. Igualmente, o EE foi capaz de prevenir os efeitos deletérios da colite induzida por injeção retal de ácido acético. O EE facilitou a aquisição e a retenção da memória de longa e curta duração, quando analisado no modelo da esquiva inibitória em ratos, facilitação esta revertida pelo pré-tratamento dos animais via i.p. com MK-801, L-NAME, mecamilanima e atropina. A antinocicepção ou facilitação da memória causada pelo EE não está associada a efeitos inespecíficos, como relaxamento muscular ou sedação. Em conjunto, estes resultados sugerem que o EE de Melissa officinalis apresenta importante atividade antinociceptiva em vários modelos experimentais de nocicepção e inflamação em camundongos e ratos, além de atividade facilitadora da memória em ratos no modelo da esquiva inibitória. O seu mecanismo de ação antinociceptiva e facilitadora da memória não estão completamente esclarecidos, mas o presente estudo mostrou que esta ação é dependente, pelo menos em parte, de uma interação com os sistemas glutamatérgico, colinérgico e com a via L-arginina-óxido nítrico.
ASSUNTO(S)
farmacologia memória nocicepção melissa oficinalis - avaliação - uso terapêutico plantas medicinais
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