Análise do polimorfismo genético do receptor de quimiocina CCr5 em pacientes com Leishmaniose Tegumentar Americana da região Norte do Paraná
AUTOR(ES)
Karen Brajão de Oliveira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
As quimiocinas são importantes determinantes da resposta inflamatória. A variante D32 do receptor de quimiocina 5 (CCR5) resulta na forma não funcional desse receptor, e tem sido relacianada com diversas doenças. No presente trabalho, reação em cadeia da polimerase, utilizando oligonucleotídeos iniciadores específicos para o CCR5, abrangendo a região da deleção , detectou um produto de 225 pb para o alelo selvagem (CCR5) e um produto de 193pb para o alelo D32. O objetivo deste estudo foi investigar a variante D32 do gene do CCR5 na população brasileira com leishmaniose e comparar com indivíduos saudáveis e também verificar a progressão da forma cutânea para a mucocutânea da leishmaniose nos portadores do alelo D32. Dentre 100 pacientes com valores para teste de Montenegro e imunofluorescência indireta positivos para leishmaniose, 32% eram mulheres e 68% homens, com uma prevalência significativa de homens com idade entre 21 a 60 anos. Encontramos uma freqüência de 0,06 para o alelo D32. Os pacientes com leishmaniose apresentaram 89% (89/100) de CCR5/CCR5, 10% (10/100) CCR5/D32 e 1% D32/ D32 enquanto que os indivíduos saudáveis apresentaram 91% (91/100) de CCR5/CCR5, 8% (08/100) CCR5/D32 e 1% (01/100) D32/D32, portanto não houve diferença significativa entre os grupos analisados. Os pacientes selvagens (89% - 89/100) apresentaram um largo espectro de manifestações clínicas. Entre eles verificou-se 22,47% (20/89) de lesões mucosas com perfuração do septo nasal cartilaginoso e 77,53% (69/89) de lesões cutâneas. Destes pacientes com septo nasal perfurado, 55% (11/20) apresentaram as lesões mucosas após 2,85 ± 0,5 anos do diagnóstico inicial e valor médio para o teste de Montenegro de 11,87 (± 2,45) mm. Já 45% (09/20) dos pacientes desenvolveram estas lesões após 16,25 (± 4,06) anos e apresentaram valores médios para o teste de Montenegro de 25 (± 2,74) mm. Neste trabalho os portadores do alelo D32 (10% - 10/100) apresentaram apenas lesões cutâneas. Finalmente em relação aos portadores D32, observou-se um espectro de manifestações clínicas menos severo, em comparação com indivíduos selvagens. Apesar dos portadores do alelo D32 terem demonstrado ausência de lesões mucocutâneas, mais estudos são necessários para esclarecer o papel do CCR5 nos aspectos clínicos da leishmaniose devido ao baixo numero de portadores do alelo D32.
ASSUNTO(S)
polimorfismo quimiocinas zoonoses imunopatologia leishmaniose tegumentar
ACESSO AO ARTIGO
http://189.90.64.145/document/?code=vtls000112639Documentos Relacionados
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