Análise genética e antigênica de isolados de Babesia bigemina das cinco regiões fisiográficas do Brasil
AUTOR(ES)
Madruga, Claudio R., Leal, Cássia R.B., Ferreira, Alda M.T., Araújo, Flábio R., Bonato, Ana L.V., Kessler, Raul H., Schenk, Maria A.M., Soares, Cleber O.
FONTE
Pesquisa Veterinária Brasileira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002-10
RESUMO
Um estudo de epidemiologia molecular foi executado com isolados de Babesia bigemina das cinco regiões fisiográficas do Brasil. A análise genética foi feita com amplificação aleatória de DNA polimórfico (RAPD), reação da polimerase em cadeia com seqüências de elementos extragênicos repetitivos palindrômicos (REP-PCR) e reação da polimerase em cadeia com seqüências repetitivas enterobacterianas intergênicas de consenso (ERIC-PCR) que apresentaram polimorfismo genético entre os isolados e geraram marcadores. No RAPD com os oligonucleotídeos iniciadores ILO872 e ILO876, foi possível detectar pelo menos um marcador por isolado de B. bigemina. A amplificação de fragmentos de DNA de B. bigemina por REP-PCR e ERIC-PCR demonstrou a presença dessas seqüências, descritas anteriormente somente em microrganismos bacterianos, nesse hemoprotozoário, e, pela primeira vez, foi verificado que podem ser utilizadas para análise genética de um protozoário. O ERIC-PCR foi mais discriminatório que o REP-PCR. O dendograma formado com o coeficiente de similaridade entre os isolados evidenciou dois agrupamentos e um subgrupo. Os isolados do Nordeste e Centro-Oeste demonstraram maior diversidade genética, enquanto que os isolados do Sudeste e Sul foram os mais próximos. A análise antigênica foi executada por meio de imunofluorescência indireta e Western blotting usando um painel de anticorpos monoclonais direcionados a epitopos B na membrana dos merozoítos, roptries e membrana de eritrócitos infectados. Os antígenos variáveis da superfície dos merozoítos, antígeno principal da superfície do merozoíto (APSM)-1 e APSM-2 apresentaram diversidade antigênica. Entretanto, os epítopos de células B nas roptries e nos eritrócitos infectados foram conservados em todos os isolados. Nesse estudo foi possível identificar antígenos variáveis e conservados que anteriormente haviam sido descritos como potenciais imunógenos. Considerando que um clone atenuado de Babesia utilizado para imunização selecionou populações capazes de evadir a resposta imune à vacina, torna-se necessário avaliar mais detalhadamente a imunidade cruzada existente entre os isolados brasileiros mais distantes geneticamente e realizar uma avaliação do grau de polimorfismo dos antígenos variáveis APSM-1 e APSM-2.
ASSUNTO(S)
babesia bigemina isolados brasileiros polimorfismo genético polimorfismo antigênico
Documentos Relacionados
- Avaliação clínica e hematológica em bezerros Nelore infectados experimentalmente com isolados de Babesia bigemina das regiões Sudeste, Nordeste e Norte do Brasil
- Condição imunológica de bovinos das raças Holandesa e Nelore frente a Babesia bovis e B. bigemina em duas regiões do Estado de São Paulo
- Crescimento de isolados de Cylindrocladium spathulatum da erva-mate das cinco regiões do Estado do Paraná.
- Detecção de anticorpos anti-Babesia bovis e anti-Babesia bigemina em bezerros na região de Araguaína, Estado do Tocantins, Brasil
- Dinâmica da infecção natural por Babesia bovis e Babesia bigemina em bovinos leiteiros de uma área de instabilidade enzoótica no Nordeste do Brasil