Análise morfológica dos órgãos de stress de autopsias perinatais.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Introdução: O objetivo deste estudo foi o de avaliar através de técnicas de imunohistoquímica e morfometria a morfologia dos órgãos que apresentavam descrição na literatura de lesões morfológicas relacionadas ao stress perinatal: supra-renal (SR), timo (TI), fígado (FI) e placenta (PL), em 3 diferentes tipos de causa de morte perinatal: Hipóxia/Anóxia Perinatal (HAP), Infecção Ascendente (IA) e Malformações Congênitas (MC). Material e Métodos: Analisamos 146 casos, 84 (51,2%) HAP, 34 (20,7%) IA e 30 (18,4%) MC. Foi utilizada a coloração pela hematoxilina-eosina para análise da vacuolização na supra-renal, quantificação da esteatose hepática e quantificação das áreas de eritropoiese extramedular no FI. Para análise da fibrose no FI foi utilizada a coloração pelo método do Picro-sírius. Para a marcação do número de macrófagos foi utilizado o anticorpo anti CD68 (DAKO) e para detecção da Triptofano-hidroxilase (Tryptophan Hydroxylase antibodyNovus Biologicals) e do Receptor 1A (Melatonin Receptor 1A antiody Novus Biologicals). Resultados: Do total de autópsias avaliadas os casos com HAP e IA tiveram maior natimortalidade (p <0,001). A autólise foi observada em 70 (42,7%) casos, sendo mais freqüentes nos casos com HAP (p<0,001). Das 95 SR avaliadas, o padrão discreto de vacuolização foi observado em 50 (52,6%) dos casos, 21 (22,1%) apresentaram o padrão moderado e 24 (25,3%) o acentuado. O grau de vacuolização foi maior nos casos com IA (p = 0,008). O conteúdo dos vacúolos era de natureza lipídica comprovado pela coloração do Sudam III positiva. No timo o número de macrófagos foi significativamente maior nos casos com HAP (p<0,001). Não houve diferença em relação à freqüência de esteatose entre os grupos de causa de morte. Houve correlação positiva e significativa entre o grau de esteatose e a idade gestacional (Sr: 0,359, p= 0,002). No fígado os casos com HAP e IA apresentaram maior porcentagem de fibrose hepática. Os focos de eritropoiese variaram de acordo com a idade gestacional sendo mais freqüente nos prematuros independente da causa de morte (p= 0,012). A marcação para anti-triptofano-hidroxilase demonstrou padrão citoplasmático no trofoblasto e nas células inflamatórias do espaço interviloso e para anti-receptor 1A de melatonina demonstrou a marcação destas mesmas estruturas e da célula endotelial. A porcentagem de área de células positivas por campo para expressão de triptofano-hidroxilase e receptor 1A para melatonina foi significativamente maior nos casos com stress intra-uterino (p=0,012). Conclusões: A análise dos diferentes parâmetros antropométricos contribuiu para melhorar a interpretação dos achados da autópsia perinatal. Com a melhora da assistência perinatal e a sobrevivência dos prematuros expostos a estímulos como HAP e IA, a descrição das lesões morfológicas dos órgãos de stress nestes fetos pode ajudar nos futuros estudos relacionados aos fetos expostos ao stress intra-uterino, e na prevenção das doenças na infância relacionadas à hiper reatividade da supra-renal a estímulos hormonais; imunodepressão do timo, fibrose hepática e lesões causadas pela produção de radicais livres.

ASSUNTO(S)

stress autópsia stress melatonina melatonin autopsy perinatal perinatal anatomia patologica e patologia clinica

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