Análise multitemporal da superfície de manguezal do litoral Norte de Pernambuco : a participação da Aquicultura na conversão de áreas de mangue em viveiro.
AUTOR(ES)
Ariana Silva Guimarães
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
A conversão de áreas de mangue em viveiros de cultivo no Brasil é relatada desde o século XVIII, principalmente para a região Nordeste. Em função desse histórico e somado ao rápido crescimento da carcinicultura brasileira, esta atividade vem sendo responsabilizada pelas perdas de áreas de mangue ao longo do litoral brasileiro. A fim de determinar a real participação da aqüicultura neste processo, foi realizado um estudo multitemporal da cobertura de manguezal do litoral norte do Estado de Pernambuco, utilizando técnicas de sensoriamento remoto e de sistema de informação geográfica (SIG). A série temporal analisada foi de 1973 a 2005, utilizando-se imagens de satélite obtidas de diferentes sensores (MSS/LANDSAT-1 - 1973; TM/LANDSAT-5 - 1988; TM/LANDSAT-5 - 1999; ETM+/LANSAT-7 - 2001 e CCD/CBERS-2 - 2005). Para o mapeamento dos manguezais, considerou-se apenas as áreas cobertas por vegetação de mangue, sendo o apicum classificado com uma classe distinta da classe manguezal. O estudo identificou que a extensão e a distribuição da floresta de mangue variaram bastante ao longo das últimas três décadas na área estudada, com diferentes fases, caracterizadas pelo incremento e redução da cobertura de mangue. Os resultados obtidos foram: 1973 = 7.101ha, 1988 = 5.821ha, 1999 = 6.442ha, 2001= 6.187ha e 2005 = 6.575ha. As áreas ocupadas por viveiros também foram avaliadas e apresentaram um crescimento exponencial, sendo este, mais acentuado nos anos recentes, com os seguintes valores: 1973 = 0ha, 1988 = 7ha, 1999 = 366ha, 2001 = 1.157ha e 2005 = 1.474ha. O estudo mostrou que entre os anos de 1973 e 2005, houve uma redução de 2.052ha de mangue, dos quais 197ha foram reduzidos pela conversão em viveiros de cultivo. Desta forma, é possível afirmar que a real contribuição da carcinicultura na conversão dessas áreas foi 9,6% do total de área reduzida e que outras atividades de origem antrópica, como agricultura, a expansão urbana e o turismo foram as principais responsáveis por este cenário de redução de áreas de mangue no litoral norte do estado de Pernambuco.
ASSUNTO(S)
recursos pesqueiros e engenharia de pesca mangue aquicultura pernambuco(br) análise multitemporal
ACESSO AO ARTIGO
http://200.17.137.108/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=481Documentos Relacionados
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