Fatores espaciais e temporais relacionados ao percentual de vegetação secundária em áreas desflorestadas na Amazônia / Analysis of deforestation and secondary vegetation relation in amazonia

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O desflorestamento na Amazônia brasileira se concentra em algumas áreas onde a paisagem tende a ser dominada por pastagens e parcialmente pelas culturas, apresentando relativamente poucos remanescentes florestais e certo grau de vegetação secundária. A vegetação secundária pode desempenhar um papel importante para mitigar os impactos do desflorestamento, embora tenha sido sugerido que sua importância tem sido decrescente nas regiões em que se concentra a maior parte do desflorestamento, conforme estudos baseados em análises de dados do Censo Agropecuário e de classificação de amostras em imagens de sensoriamento remoto. Com o objetivo de verificar se a ocorrência de vegetação secundária tende a diminuir em áreas que concentram o desflorestamento antigo, em relação às áreas de desflorestamento "novo", definiu-se um método amostral para analisar a distribuição espacial da vegetação secundária. Este método se baseou na classificação de amostras em células regulares de 10 x10 km, selecionadas aleatoriamente nos estados do Mato Grosso, Pará e Rondônia. Mapas do programa PRODES/INPE (desflorestamento acumulado até 2006) foram utilizados como fonte de dados de desflorestamento para diferenciar áreas desflorestadas antes de 1997 (desflorestamento antigo) de áreas desflorestadas no período 2003-2006 (desflorestamento novo). As amostras selecionadas aleatoriamente em imagens TM/Landsat foram classificadas, a fim de identificar a vegetação secundária nas áreas de desflorestamento nesses dois períodos. Além disso, as células foram divididas segundo o padrão de paisagem, isto é, em grupos grandes e pequenas manchas de desflorestamento, a fim de analisar a vegetação secundária em áreas de padrões de paisagem distintos. Os resultados mostraram diferenças significativas, com nível de significância de 5% (α = 5%), entre a proporção de vegetação secundária em áreas de desflorestamento antigo, em relação à proporção de vegetação secundária em áreas de desflorestamento novo. A mesma diferença foi obtida entre a proporção de vegetação secundária em áreas de grandes manchas de desflorestamento, em relação à proporção de vegetação secundária em áreas de pequenas manchas de desflorestamento (Mato Grosso e Pará, com α = 5% e Rondônia, com α = 10%). Estes resultados, para os estados do Mato Grosso, Pará e Rondônia, indicam uma maior concentração do uso da terra em áreas de desflorestamento antigo, implicando em uma maior pressão sobre as áreas de vegetação secundária. Isso sugere que os efeitos e a importância relativa da vegetação secundária, em áreas mais antigas de desflorestamento, tem sido menores dentro dos sistemas de uso da terra. Por outro lado, a ocorrência da vegetação secundária em áreas com grandes e pequenas manchas de desflorestamento pode ser vista como um tema importante para a posterior investigação.

ASSUNTO(S)

amazônia desflorestamento imagens tm/landsat padrões de paisagem vegetação secundária mato grosso pará rondônia amazon (region) deforestation landsat/tm landscape patterns secondary vegetatin mato grosso (state) pará (state) rondonia (state)

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