Anemia in cancer patients: inflammatory activity in erythropoiesis and iron metabolism / Anemia em pacientes com cancer : papel da atividade inflamatoria sobre a eritropoiese e metabolismo do ferro

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Os pacientes com câncer podem apresentar diversas anormalidades hematológicas, sendo a anemia a alteração mais comum. A etiologia da anemia é multifatorial, envolvendo mecanismos que podem estar relacionados ou não à doença (perda de sangue, hemólise, infiltração medular), ao tipo e estágio do tumor e também à terapêutica utilizada (radioterapia e quimioterapia). A redução nas taxas de hemoglobina pode estar relacionada a alterações na produção e na resposta dos precursores eritróides à Eritropoetina, à liberação de citocinas nas diversas fases da doença e também ao déficit nutricional muitas vezes encontrado nesses indivíduos. O objetivo desse estudo foi avaliar aspectos relacionados à atividade inflamatória sobre o metabolismo do ferro e a eritropoiese em pacientes com tumores sólidos. Foram coletadas amostras de sangue de 402 pacientes adultos com diversos tipos de câncer. Os pacientes com anemia foram sub-classificados como tendo anemia ferropriva (AF) (hipoferremia e hipoferritinemia), Anemia de Doença Crônica (ADC) (hipoferremia e ferritina sérica normal ou aumentada) e Anemia Relacionada ao Câncer (ARC) (sem anormalidades no metabolismo do ferro). Para a avaliação da eritropoiese foram realizados hemograma completo e dosagem de eritropoetina; para a avaliação do metabolismo do ferro: determinações do ferro sérico, capacidade de ligação do ferro à transferrina, ferritina e receptores solúveis da transferrina (sTfR) e Índice sTfR/ log ferritina; para a avaliação da resposta inflamatória: dosagens de Proteína C Reativa (PCR), Interleucinas 1? e 6, Fator de Necrose Tumoral alfa, neopterina e pro-hepcidina séricas e determinação da Velocidade de Hemossedimentação das hemáceas(VHS). Dentre os pacientes com câncer 34,8 % apresentaram anemia. O tipo de anemia mais freqüente foi a ARC (37%) seguido pela ADC (20,7%) e finalmente pela AF (17%). Os níveis de PCR, IL-6, VHS e IL-1? foram significativamente superiores em pacientes com ADC quando comparados com AF, ARC ou em pacientes sem anemia. Os níveis de Pró-Hepcidina, TNF-? e neopterina não foram diferentes entre os grupos de pacientes com câncer, mas foram superiores quando comparados a um grupo de indivíduos normais. O efeito negativo de fatores inflamatórios sobre a eritropoiese foi observado no grupo de pacientes com ADC, onde houve correlação inversa entre hemoglobina e ferritina sérica, PCR e IL-6. Não houve correlação entre os níveis de pro-hepcidina com o grau de anemia ou com parâmetros relacionados ao metabolismo de ferro. De acordo com nossos resultados, embora não tenha sido possível demonstrar uma relação direta entre inflamação e alterações no metabolismo do ferro, a atividade inflamatória presente em todos os grupos de pacientes, aparentemente está especialmente relacionada à patogênese da ADC. A hepcidina é reconhecida como importante reguladora e como principal mediadora das alterações do metabolismo do ferro na ADC. No presente trabalho, usando um ensaio imunoenzimático comercial, não foi possível demonstrar o significado fisiológico da pro-hepcidina na anemia em pacientes com câncer

ASSUNTO(S)

cancer anemia cytokines citocinas

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