Angiografia versus fluxo fracionado de reserva na avaliação do grau de importância das estenoses coronárias
AUTOR(ES)
Sant'Anna, Fernando Mendes, Silva, Expedito Ribeiro da, Batista, Leonardo Alves, Ventura, Fábio Machado, Brito, Marcelo Bastos, Ferraz, Haroldo Adans, Buczynski, Leonardo, Barrozo, Carlos Alberto Mussel, Pijls, Nico
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
INTRODUÇÃO: A decisão de realizar uma intervenção coronária percutânea (ICP) em pacientes com angina deve se basear em sinais objetivos de isquemia. A angiografia vem sendo utilizada como padrão-ouro para definição de doença arterial coronariana (DAC), embora suas limitações sejam conhecidas. Por outro lado, o valor da medida do fluxo fracionado de reserva do miocárdio (FFR) na avaliação da DAC está bem estabelecido. OBJETIVO: Avaliar a acurácia da angiografia em definir as lesões culpadas e sua correlação com o FFR, em todos os pacientes admitidos para ICP eletiva em nossa Instituição, durante determinado período. MÉTODO: Foram incluídos no estudo 250 pacientes (471 vasos). Foram avaliadas todas as estenoses >50% pela estimativa visual, selecionadas por três cardiologistas independentes, medindo-se o FFR. Quando o FFR era < 0,75, a lesão foi tratada; se o FFR era >0,75, a lesão não foi tratada. Foi realizada QCA off-line de todas as lesões, divididas em moderadas (< 70% - 327) e graves (125). Foram determinados o coeficiente de correlação entre o grau de estenose (%DE) e o FFR para os dois grupos e a acurácia da estimativa visual da angiografia em definir se uma lesão era ou não isquêmica, tomando-se o FFR como padrão-ouro. RESULTADOS: Foi possível obter o FFR em 96% das lesões (452). %DE e FFR médios de 56 ± 8% e 0,74 e 76 ± 6% e 0,48 para as lesões moderadas e graves. Notouse pobre correlação negativa entre o %DE e o FFR, principalmente nas lesões moderadas (Spearman rho = -0,33, p<0,0001). A acurácia da estimativa visual da angiografia comparada com o FFR foi de 57% e 96%, respectivamente, nas lesões moderadas e graves. CONCLUSÕES: A angiografia coronária não é um método capaz de prever adequadamente a importância funcional das lesões coronarianas, tornando clara a necessidade de associá-la a um método funcional capaz de orientar corretamente o tratamento dessas estenoses.
ASSUNTO(S)
circulação coronária, fisiologia contenedores angioplastia transluminal percutânea coronária
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