Angola: lugar de castigo ou jóia do império: o degredo na historiografia e fontes (Séc. XIX)
AUTOR(ES)
Clarisse Moreira Aló
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
O degredo esteve presente nas práticas punitivas do Estado português do século XV ao XX, orientado para dentro e fora do seu território continental. Após a independência brasileira em 1822, Angola se tornou o principal destino para os condenados pelas leis lusitanas, chegando a receber centenas deles, anualmente. O período de mudanças por que passou todo o continente africano no final do século XIX foi marcado pelo aumento da presença européia e a conversão econômica a partir da abolição do tráfico de escravos. Em 1864, os degredados somavam praticamente um terço da população branca de Angola. Este estudo se dedicou a investigar a atuação dos condenados ao exílio no território angolano e a forma como a historiografia construiu um conhecimento acerca da presença dos degredados na política imperial portuguesa e na história de Angola. Foram usadas, também, fontes para vislumbrar esse grupo marginal no cotidiano da sociedade angolana, tomando o contexto de profundas transformações com o crescente impulso colonial. Os degredados foram importantes instrumentos povoadores e tomaram parte num processo de embate e diálogo cultural, intensificado na segunda metade do século XIX. A presente pesquisa investiga diferentes dimensões desta prática penal. Seu uso pelo projeto povoador, o ponto de vista histórico e social da pena, a dimensão punitiva e o seu papel de agente cultural de fronteira entre o mundo europeu e o africano.
ASSUNTO(S)
historiografia angola history of angola colonialismo português portuguese colonialism história populating policies frontier agents exile exiles historiography punishment historia everyday life.
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