Antenatal treatment with corticosteroids for preterm neonates: impact on the incidence of respiratory distress syndrome and intra-hospital mortality
AUTOR(ES)
Meneguel, Joice Fabíola, Guinsburg, Ruth, Miyoshi, Milton Harumi, Peres, Clovis de Araujo, Russo, Regina Helena, Kopelman, Benjamin Israel, Camano, Luiz
FONTE
Sao Paulo Medical Journal
DATA DE PUBLICAÇÃO
2003
RESUMO
CONTEXTO: Apesar de os benefícios da corticoterapia antenatal estarem amplamente demonstrados nos países desenvolvidos, há poucos estudos envolvendo o uso do corticosteróide antenatal nos neonatos brasileiros. OBJETIVOS: Avaliar a efetividade do corticosteróide antenatal na evolução de recém-nascidos prematuros com idade gestacional inferior a 34 semanas. TIPO DE ESTUDO: Estudo retrospectivo. LOCAL: Hospital de atendimento terciário. PARTICIPANTES: Recém-nascidos expostos a qualquer dose de corticosteróide antenatal para maturação fetal até sete dias antes do parto e recém-nascidos pareados pelo sexo, peso ao nascer, idade gestacional e época de nascimento não expostos ao corticosteróide. Obteve-se uma amostra de 205 expostos, 205 controles e 39 recém-nascidos expostos ao corticosteróide antenatal para os quais não foi possível encontrar um par não exposto. PROCEDIMENTOS: Análise dos prontuários maternos e dos recém-nascidos. VARIÁVEIS ESTUDADAS: Compararam-se os desfechos clínicos primários: incidência de síndrome do desconforto respiratório e de óbito intra-hospitalar nos dois grupos, além de desfechos secundários relacionados à morbidade neonatal. RESULTADOS: O corticosteróide antenatal reduziu a ocorrência da síndrome do desconforto respiratório (razão de chances, OR:0,33; intervalo de confiança, IC, 95%:0,21-0,51) e o efeito protetor persistiu quando ajustado para o peso, idade gestacional e presença de asfixia (OR ajustada:0,27; IC 95%: 0,17-0,43). O efeito protetor pôde ser detectado também através da redução da necessidade e do número de doses de surfactante exógeno utilizadas e do número de dias de ventilação mecânica nos recém-nascidos expostos à corticoterapia antenatal. O corticosteróide antenatal, quando analisado isoladamente, reduziu a ocorrência do óbito intra-hospitalar (OR 0,51; IC 95%:0,38-0,82). No entanto, quando ajustados para o peso, a idade gestacional, a presença de pré-natal, asfixia, síndrome do desconforto respiratório, enterocolite necrosante e uso de ventilação mecânica, o corticosteróide antenatal não exerceu efeito protetor em relação ao óbito. Quanto aos outros desfechos, o corticosteróide desempenhou papel protetor para a hemorragia peri-intraventricular grave (OR:0,28; IC 95%:0,10-0,77). CONCLUSÕES: O corticosteróide antenatal foi efetivo para a redução da morbimortalidade de recém-nascidos prematuros na população do estudo e o seu uso deve ser estimulado no nosso meio.
ASSUNTO(S)
recém nascido prematuro síndrome desconforto respiratório corticosteróide antenatal
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