Antidepressant effects of antioxidants on animal model of antidepressant resistent depression. / Atividade antidepressiva de agentes antioxidantes em um modelo animal de depressão resistente a antidepressivos.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

É bem estabelecido que a depressão maior tem um componente ambiental e um componente genético. Considerando os fatores ambientais, o isolamento social parece aumentar a resistência à antidepressivos em pacientes deprimidos. Assim, o isolamento social poderia ser usado para desenvolver um modelo animal de depressão resistente a antidepressivos. Paralelamente, a maioria dos antidepressivos de uso clínico (inibidores da MAO e inibidores de recaptação de monoaminas) compartilham a habilidade de direta ou indiretamente evitar a oxidação de monoaminas pela MAO reduzindo assim a produção de radicais livres. O objetivo desse estudo é duplo: primeiro, desenvolver um modelo animal de depressão resistente a antidepressivos que inclua os componentes ambiental e genético; segundo, investigar os efeitos do tratamento repetido com os agentes antioxidantes vitaminas C + E juntos nesse modelo. No experimento 1 demonstramos que o isolamento social por 6 h (mas não por 1 ou 12h) aumentou a duração de imobilidade no teste de natação forçada. No experimento 2 nós mostramos que os camundongos que apresentaram a maior duração de imobilidade na primeira sessão do teste de natação forçada continuaram a apresentar um comportamento depressivo maior nos testes subsequentes. Além disso, mostramos que esse maior comportamento depressivo poderia ser posteriormente potencializado pelo isolamento social. Assim, os animais puderam ser distribuídos em quatro grupos: camundongos com pouca predisposição ao comportamento depressivo que não foram submetidos ao isolamento social (grupo pouco deprimidonão isolado: PNão), camundongos com pouca pré-disposição ao comportamento depressivo que foram submetidos ao isolamento social (grupo pouco deprimidoisolado: PIso), camundongos com muita pré-disposição ao comportamento depressivo que não foram submetidos ao isolamento social (grupo muito deprimidonão isolado: MNão), camundongos com muita pré-disposição ao comportamento depressivo que foram submetidos ao isolamento social (grupo muito deprimidoisolado: MIso). No experimento 3 mostramos que a diferença no comportamento depressivo entre os 4 grupos não eram decorrentes de alterações motoras uma vez que nenhuma diferença foi observada no teste do campo aberto. Nos experimentos 4-8 mostramos que o tratamento a longo prazo com fluoxetina ou amitriptilina foi efetivo em reduzir a duração de imobilidade apenas no grupo MNão, sugerindo que a duração de imobilidade apresentada pelos grupos PNão e PIso refletem um comportamento depressivo não patológico (reativo), enquanto que a duração de imobilidade apresentada pelo grupo MIso apresenta-se como um modelo de depressão resistente a antidepressivos. Nos experimentos 9 e 10 mostramos que o tratamento a longo prazo com vitamina C + E reduziu significativamente o comportamento depressivo em ambos os grupos muito deprimidos (MNão e MIso), sugerindo um potencial clínico desses agentes para o tratamento da depressão resistente a antidepressivos. No experimento 11 demonstramos que os agentes pró-oxidantes e ácido 3-nitropropiônico não foram capazes de aumentar um comportamento depressivo em camundongos sem predisposição genética à depressão. Finalmente, no experimento 12 mostramos que o aumento do comportamento depressivo produzido pelo isolamento social ou pela maior predisposição à depressão bem como o efeito antidepressivo produzido pelo tratamento com antioxidantes em camundongos muito deprimidos isolados não estão associados com a peroxidação lipídica hipocampal mas estão associados com alterações nos níveis de corticosterona plasmática. Concluindo, no presente estudo desenvolvemos um modelo de depressão resistente a antidepressivos que é sensível ao tratamento a longo prazo com antioxidantes. Esses achados fortalecem o envolvimento do estresse oxidativo na fisiopatologia da depressão e sugerem um potencial clínico de agentes antioxidantes para tratar a depressão resistente a antidepressivos.

ASSUNTO(S)

5. camundongos. 4.antidepressivos 3. teste de natação forçada 1. depressão farmacia 2. antioxidantes

Documentos Relacionados