Aplicação intracoronária de nanopartículas de paclitaxel durante intervenção percutânea para supressão da hiperplasia intimal após implante de stents não-farmacológicos
AUTOR(ES)
Chamié, Daniel, Abizaid, Alexandre, Costa Jr., J. Ribamar, Feres, Fausto, Gama, Gustavo T., Belzares, Oward, Staico, Rodolfo, Mattos, Luiz Alberto, Costa, Ricardo A., Siqueira, Dimytri, Abizaid, Andréa, Chaves, Áurea J., Centemero, Marinella, Tanajura, Luiz Fernando, Sousa, Amanda G. M. R., Sousa, J. Eduardo
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-06
RESUMO
INTRODUÇÃO: Embora os stents farmacológicos tenham reduzido de forma inconteste o crescimento neointimal e sua consequência clínica direta, a reestenose, questionamentos acerca de sua segurança a longo prazo têm motivado o desenvolvimento de novas tecnologias. A aplicação sistêmica de fármacos antiproliferativos teria o potencial de solucionar o problema da reestenose e ao mesmo tempo amenizar a questão da segurança tardia inerente aos polímeros sintéticos. Recentemente, estudo investigando a administração intravenosa de uma solução de paclitaxel ligado à albumina (ABI-007) produziu efeito discreto na redução da formação de tecido neointimal. Este trabalho teve como objetivo avaliar, por meio da angiografia e do ultrassom intracoronário (USIC) seriados, a efetividade da aplicação intracoronária do ABI-007 na supressão da hiperplasia neointimal após implante de stents não-farmacológicos MÉTODO: Entre novembro de 2006 e maio de 2007, pacientes portadores de lesões coronárias de novo, com extensão < 18 mm, em vasos nativos de 2,5 mm a 3,5 mm de diâmetro, foram submetidos a intervenção coronária percutânea com implante de stents não-farmacológicos, seguida de injeção intracoronária de 70 mg/m² de ABI-007. Avaliação com angiografia e USIC foi programada para todos os pacientes imediatamente após o procedimento e aos seis meses de seguimento. Desfecho primário era a perda luminal tardia (QCA) e o porcentual de obstrução volumétrica gerado pela hiperplasia neointimal (USIC) aos seis meses RESULTADOS: Foram incluídos 11 pacientes, com média de idade de 58,4 ± 7,3 anos, 54% do sexo feminino e 18,2% de diabéticos. A artéria descendente anterior foi o vaso mais frequentemente tratado (45,5%) e a maioria das lesões era do tipo A/B1 (63,7%). A administração de ABI-007 foi bem tolerada por todos os pacientes. Aos seis meses, a perda luminal tardia foi de 0,84 ± 0,46 mm, tendo sido identificados três casos (27,3%) de reestenose binária. Ao USIC, o porcentual de obstrução volumétrica foi de 38,4 ± 16,2%. Não houve casos de remodelamento vascular significativo, nem de má-aposição tardia dos stents. Ao final de dois anos, não houve ocorrência de eventos cardíacos maiores CONCLUSÃO: Embora a administração intracoronária de ABI-007 tenha sido bem tolerada, sem efeitos tóxicos adversos reportados, essa modalidade terapêutica apresentou baixa capacidade de suprimir a formação de tecido neointimal após implante de stents nãofarmacológicos, com perda tardia e porcentual de obstrução volumétrica semelhantes aos observados após implante de stents não-farmacológicos isolados.
ASSUNTO(S)
nanopartículas paclitaxel reestenose coronária stents
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