As apocynaceae s.str. da região de Carrancas, MG

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

O presente trabalho visa à identificação e caracterização das espécies de Apocynaceae s. str. OCOITentes na região de CaITancas, MG. Efetuaram-se coletas no período de 1997 a 2000, e materiais testemunho foram depositados no Herbário UEC. Examinaram-se também exsicatas depositadas em outros herbários com coleções representativas para a região. Foram elaboradas descrições para os gêneros e espécies, acrescidas de dados fenológicos e de distribuição, bem como notas de campo. Efetuou-se também o registro fotográfico. Foram realizadas também considerações sobre os caracteres morfológicos relevantes das espécies estudadas, além de uma discussão sobre padrões fitogeográficos e fenológicos. O levantamento revelou a presença de 31 espécies pertencentes a 15 gêneros: Aspidosperma (5spp.), Condylocarpon (1 sp.), Forsteronia (3 spp.), Hancomia (1 sp.), Macrosiphonia (2 spp.), Mandevilla (9 spp.), Mesechites (1 sp.), Peltastes (1 sp.), Prestonia (2 spp.), Rauvolfia (1 sp.), Rhabdadenia (1 sp.), Rhodocalyx (1 sp.), Secondatia (1 sp.), Tabemaemontana (1 sp.) e Temnadenia (1 sp.). Foi observada uma grande diversidade de hábitos, ocoITendo árvores, subarbustos e lianas. As lianas foram as mais abundantes, com 12 representantes, seguidas das formas subarbustivas, com 11. Registrou-se um total de oito espécies arbóreas, pertencendo todas à subfamília Rauvolfioideae. Destas, o gênero Aspidosperma foi o mais representativo, com 5 espécies. Fitogeograficamente, a região de CaITancas apresenta elementos tloristicos tanto da Província Atlântica (onde está localizada) quanto da Província Central. Foram reconhecidos três tipos de formações vegetais: mata, ceITado e campo limpo. As formações de mata e campo limpo (campo rupestre, campo brejoso e campos gerais) estão melhor representadas na região. Dez das espécies estudadas são ocoITências novas para a região. Mandevilla é o gênero com o maior número de espécies (9), ocoITendo em todos os tipos de vegetação estudados. Durante o período de estudo, a tloração concentrou-se nos meses de outubro a fevereiro, enquanto a ftutificação o fez de novembro a janeiro, coincidindo com o período de maior pluviosidade. A análise comparativa com outros levantamentos tlorísticos de Apocynaceae s. str. mostrou que região de Carrancas possui o maior número de espécies entre todos os trabalhos analisados. No geral, as espécies ocorrentes na região de Carrancas são de ampla distribuição geográfica e estão citadas em pelo menos um dos outros levantamentos analisados. Três espécies, Aspidosperma spruceanum, Mandevilla novo-capitalis e Prestonia tomentosa, foram encontradas apenas neste levantamento, apesar de ocorrerem em outras localidades. Mandevi/la novocapitalis foi a única espécie de distribuição restrita encontrada, ocorrendo no Estado de Goiás e na Serra do Espinhaço, o que pode indicar uma continuidade entre esta serra e a região de Carrancas. Para duas outras espécies, A. spruceanum e Rauvolfia sellowÜ, a região de Carrancas se encontra aproximadamente nos limites Sul e Norte de distribuição, respectivamente, podendo significar que a região sofra influência de outros domínios tlorísticos (Amazônia e formações de mata de clima mais temperado). O presente estudo vem fornecer subsídios para um melhor conhecimento tlorístico de uma região pouco estudada e com uma biodiversidade aparentemente significativa

ASSUNTO(S)

apocinaceas

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