As Marias sem-terras: trajetória e experiências de vida de mulheres assentadas em Promissão-SP - 1985-1996

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

Este estudo apresenta e analisa as experiências vividas por mulheres trabalhadoras rurais assentadas em Promissão-SP, procurando desvendar o caminho feminino para a reforma agrária. No processo de construção de um novo modo de vida, que caracteriza assentamento de reforma agrária, o protagonismo feminino, desempenhado em condições equivalentes em relação aos homens nas fases anteriores, ou seja, na ocupação e no acampamento, se expressa numa aparente resignação diante da condição de subalternidade imposta social e culturalmente às mulheres e reproduzida no assentamento. As práticas de enfrentamento, de solidariedade e de resistência, que caracterizam sua participação nas ocupações de terra e acampamentos, são consideradas pelas próprias mulheres, como "ações miúdas" que não aparecem ou contam menos na luta política. Utilizando o método da história oral, a pesquisa teve como objetivo compreender o significado que as mulheres assentadas atribuem à sua luta, enquanto sem-terras, focalizando-as em três dimensões: na sua trajetória de vida, no trabalho e na vida cotidiana. A partir das histórias de vida de nove mulheres, o estudo mostra a experiência de estarem construindo uma nova cultura, conseqüência de um projeto que é, ao mesmo tempo, um projeto pessoal, de mulheres que sonham com uma vida melhor; das respectivas famílias, que finalmente conquistaram um espaço para viver e trabalhar; e do MST-Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, ao qual se identificam, à medida que se assumem como sem-terras

ASSUNTO(S)

historia assentamento rural movimento dos trabalhadores rurais sem terra (brasil) mulheres sem-terra reforma agraria assentamentos luta pela terra

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