Aspectos biológicos de Heterotermes tenuis (Isoptera Rhinotermidae) em cana-de-açúcar.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Os principais objetivos foram: estudar em laboratório alguns aspectos da biologia de Heterotermes tenuis, através da formação de colônias a partir de casais coletados no campo, o comportamento de forrageamento por meio de armadilha de coleta Termitrap e o comportamento agonístico intra-específico, entre indivíduos procedentes de diferentes locais em área de cana-de-açúcar, e a partir deste comportamento delimitar áreas de forrageamento. A formação de colônias foi estudada de setembro/2002 a dezembro/2003, com a instalação de 400 iscas em área de 10.000 m2 de cana-de-açúcar, para a coleta de casais. Os casais foram separados e acondicionados em frascos plásticos contendo solo umedecido e alimento e mantidos em sala com temperatura de 28C 2C, 70% UR e fotofase de 12 horas. O estudo da biologia foi feito através de observações, com aberturas sistemáticas das colônias para a contagem dos casais vivos, presença e número de ovos e castas (operários e soldados). Verificou-se que o período de pré-oviposição foi de 29 dias após a formação dos casais; o número de ovos na primeira postura foi de 5 ovos por colônia; o ovo mede aproximadamente 0,68 mm de comprimento por 0,36 mm de largura; os primeiros operários apareceram aos 53 dias após a formação dos casais; o número de operários foi de 4 por colônia; os primeiros soldados apareceram aos 127 dias e o número de soldados foi de 1 por colônia. O forrageamento foi estudado de abril/1999 a dezembro/2002, com a instalação de 27 iscas em três locais com nove pontos amostrais/local. Em avaliações mensais, as iscas eram retiradas e substituídas por novas, e aquelas iscas com presença de cupins eram conduzidas ao laboratório para a contagem dos indivíduos e estudo do comportamento agonístico. As populações de cupins foram correlacionadas com precipitações pluviométricas e temperatura ambiente mensais da região no período estudado e analisado. Verificou-se que houve diferenças significativas na atividade de forrageamento e que estas diferenças além de estarem correlacionadas à precipitação e variação de temperatura, mostram-se influenciadas pelo ciclo de desenvolvimento e crescimento da colônia. O pico de atividade de forrageamento dá-se nos meses de outono e as práticas de renovação do canavial (aração, gradagem e sulcação) reduzem drasticamente a atividade de forrageamento no ano subseqüente às operações. O comportamento agonístico foi estudado por meio dos testes de confrontação entre locais e pontos diferentes. Para cada confronto foram colocados 20 operários + 2 soldados em um frasco plástico transparente (7,0 cm de altura x 4,5 cm de diâmetro) com fundo revestido por papel de filtro e sobre este papel, um quadrado de papelão ondulado (4 cm2) umedecido. As avaliações foram realizadas com 48 horas após as confrontações através da contagem dos indivíduos mortos. Verificou-se que há comportamento agonístico intraespecífico em H. tenuis e que através destes estudos pode-se distinguir suas colônias e delimitar territórios de forrageamento dessa espécie em áreas de cana-de-açúcar.

ASSUNTO(S)

inseto forrageamento agronomia comportamento agonístico cana-de-açucar cupim subterrâneo

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