Aspectos da complementação de predicados factivos e assertivos em PB / Aspects of factive and assertive predicates complementation in PB

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo estudar alguns aspectos da complementação de predicados factivos e assertivos em PB, no quadro da teoria da Ligação e Regência. Entre esses aspectos, destacamos o estatuto semântico da oração complemento, a ocorrência do subjuntivo e do infinitivo pessoal. Mostramos que, dependendo da classe a que pertence o predicado da oração matriz, o complemento oracional pode ser um pressuposto, uma asserção ou uma não-asserção. Assim, se o predicado da matriz for um factivo (lamentar, descobrir, etc.), a proposição complemento é um pressuposto (salvo em contextos bem específicos); se for um predicado assertivo (assegurar, acreditar, etc), o estatuto semântico do complemento será o de asserção, ou seja, uma proposição, afirmativa ou negativa, declarada verdadeira pelo locutor; e, finalmente, se o predicado for um não-assertivo (querer, possível, etc.), o estatuto semântico será o de não-asserção, entendida como um enunciado que por não ser nem asseverado, nem pressuposto ou implicado, é insuscetível de receber um valor de verdade. Além do mais, a pesquisa mostra que a possibilidade de ocorrência do subjuntivo em PB na oração complemento está associada à natureza não-assertiva deste, isto é, o subjuntivo somente é possível em complementos de predicados não-assertivos (querer, preferir, provável, etc). Quanto ao infinitivo pessoal no complemento, o estudo revela que sua ocorrência vai depender também da classe a que pertence o predicado da oração matriz e da possibilidade de o sujeito da oração infinitiva receber Caso nominativo. Assim, um predicado não-assertivo como querer, em hipótese alguma, permite que o seu complemento esteja na forma infinitiva pessoal (* Quero eles saírem /*quero eles terem saído), enquanto que um verbo como lamentar admite-a, sem nenhuma restrição (Lamento eles serem estúpidos/ Lamento eles terem partido). Finalmente,, lançando mão da teoria da cópia do movimento e adotando sugestão de um operador nulo no Spec de CP do complemento de um predicado factivo, explicamos por que argumentos D-linked podem ser extraídos de uma ilha factiva, enquanto adjuntos e argumentos não-D-linked não podem.

ASSUNTO(S)

assertion infinitive extraction factivity infinitivo subjuntivo subjunctive asserção extração factividade

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