Aspectos farmacológicos e nutricionais do fungo Agaricus sylvaticus no tumor sólido de Walker 256
AUTOR(ES)
Vanessa Cunha Taveira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
INTRODUÇÃO: O câncer é considerado a segunda principal causa de morte em vários países do mundo apesar dos avanços da terapêutica. Em países Orientais cogumelos comestíveis especialmente os da família Agaricaceae fazem parte da medicina tradicional e são extensamente utilizados no tratamento do câncer devido às suas propriedades nutricionais que atuam na melhora das alterações metabólicas constantemente presentes em pacientes portadores de tumores malignos e também devido às suas propriedades farmacológicas que atuam principalmente no aumento da resposta imunológica. OBJETIVOS: Avaliar os efeitos farmacológicos e nutricionais do fungo Agaricus sylvaticus (Agaricaceae) em animais inoculados com tumor sólido de Walker 256. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram utilizados 120 ratos machos adultos separados em 6 grupos, sendo 2 grupos controle não inoculados com tumor de Walker: Grupo I - tratado com solução placebo por gavagem a cada 12 horas por 12 dias e Grupo II- tratado com solução de A. sylvaticus por gavagem a cada 12 horas por 12 dias. Quatro grupos foram inoculados com tumor de Walker e tratados da seguinte forma: Grupo III - tratado com solução placebo por gavagem a cada 12 horas por 12 dias; Grupo IIIS - tratado com solução placebo por gavagem a cada 12 horas até o dia do óbito para avaliação do tempo de sobrevida; Grupo IV tratado com solução de A. sylvaticus a cada 12 horas por 12 dias e Grupo IVS - tratado com solução A. sylvaticus a cada 12 horas até a data do óbito. Para a análise das variáveis estudadas, foram realizadas avaliações clínicas, hemograma completo, exame bioquímico, medição dos tumores, necropsia e avaliação do tempo de sobrevida. RESULTADOS: Todos os animais inoculados com tumor apresentaram anemia normocítica, alteração das taxas de creatinina, uréia, triglicerídeos, glicose e proteína C reativa, perda de peso, sinais clínicos e mudança de comportamento característico de dor, sofrimento e desconforto. Os animais inoculados com tumor tratados com A. sylvaticus apresentaram valores de hematócrito e hemoglobina mais próximos dos valores de referência comparados aos animais inoculados com tumor tratados com placebo (p <0,05) indicando uma melhora do quadro anêmico. Os exames bioquímicos mostraram que as taxas de uréia, triglicerídeos e proteína C reativa foram mais próximas do normal nos animais inoculados com tumor tratados com A. sylvaticus comparados aos animais inoculados com tumor tratados com placebo (p <0,05). Na avaliação clínica os animais com tumor tratados com o fungo apresentaram menor incidência de sinais característicos de dor e sofrimento comparados aos tratados com placebo (p <0,01). O volume tumoral também foi menor no grupo tratado com cogumelo comparado ao grupo não tratado (p <0,05). Não foi observado aumento da sobrevida dos animais tratados com A. sylvaticus (p >0,05). Os animais controle tratados com A. sylvaticus não apresentaram alterações hematológicas, bioquímicas ou clínicas, comparados aos animais controle tratados com placebo o que indica que este fungo apresenta boa tolerabilidade. CONCLUSÃO: Estes resultados sugerem que o fungo A. sylvaticus pode ser utilizado como adjuvante no tratamento do câncer atuando na melhora do quadro clínico.
ASSUNTO(S)
nutricao câncer - aspectos nutricionais fungos - farmacologia cancer agaricus sylvaticus
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