Assessing the performance of four methods of phasing in tests of sensory acceptance additives using standard models of analysis of variance and internal maps of preference / Avaliação do desempenho de quatro metodos de escalonamento em testes sensoriais de aceitação utilizando modelos normais aditivos de analise da variancia e mapas internos de preferencia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Em testes sensoriais, a análise dos dados geralmente é realizada através de algum modelo ANOVA. Estes modelos pressupõem que as respostas experimentais sejam: i) independentes, ii) normalmente distribuídas, m) homoscedásticas (variâncias iguais) e, iv) provenientes de uma mesma escala de medida (aditividade). Os principais problemas na análise de dados sensoriais através de modelos ANOV A referem-se aos dois últimos pressupostos. A homogeneidade das variâncias não pode ser assegurada devido à existência de pelo menos duas fontes potenciais de variabilidade dos dados, quais sejam: provadores e tratamentos. Por outro lado, a aditividade pode ser violada quando um provador utiliza faixas consistentemente mais (ou menos) amplas da escala para expressar a sua impressão sobre o produto. A maneira pessoal com que cada provador utiliza a escala para avaliar os produtos, chama-se de variação da expansibilidade entre provadores. Tanto a falta de homogeneidade das variâncias como a não aditividade do modelo, acarretam conseqüências sérias na obtenção do verdadeiro nível de significância para o efeito dos tratamentos, podendo afetar adversamente as comparações entre as médias dos tratamentos e comprometer seriamente tanto a interpretação dos resultados fornecidos pelo experimento como a validade do modelo ANOVA. Em testes com consumidores, escalas tradicionais como a escala hedônica de 9 pontos freqüentemente apresentam a seguinte problemática: i) geram dados que freqüentemente não satisfazem os pressupostos estatísticos de normalidade, aditividade e homoscedasticidade exigidos nos modelos ANOVA, ii) oferecem pouca liberdade aos consumidores para expressarem. suas percepções sensoriais, devido ao limitado número de categorias, m) induzem efeitos numéricos e contextuais no julgamento dos provadores e, iv) os valores numéricos associados às suas categorias, embora numericamente possuam intervalos iguais, não refletem iguais diferenças em percepção. Das metodologias utilizadas em testes sensoriais com consumidores, a escala hedônica de 9 pontos, é sem dúvida, a mais utilizada. Porém, em função da problemática anteriormente mencionada, surge a necessidade de serem pesquisadas escalas alternativas que possuam um melhor desempenho que a escala hedônica tradicional, tanto quando os dados são analisados através de modelos ANOVA como quando os mesmos são analisados através de métodos multivariados como Mapa Interno de Preferência - MDPREF. De um modo geral, o objetivo do presente trabalho foi pesquisar o desempenho de duas escalas alternativas em estudos com consumidores, quais sejam: escala autoajustável e escala hedônica híbrida, comparando-as com métodos afetivos tradicionais como a escala de ordenação e escala hedônica de 9 pontos. Para isso, três experimentos foram realizados conforme descrito a seguir: o primeiro experimento foi realizado com o objetivo de se avaliar em condições reais de teste de consumidor, o desempenho da escala autoajustável em relação à escala hedônica de 9 pontos e escala de ordenação, utilizando-se os seguintes critérios: i) diferenças em expansibilidade entre provadores, ii) poder discriminativo e, iii) adequação dos dados coletados por cada escala aos pressupostos do modelo ANOVA. Três marcas comerciais de confeitos foram avaliadas por 288 consumidores. Os resultados obtidos através das escalas hedônica de 9 pontos e autoajustável foram analisados através de ANOVA e os resultados da escala de ordenação, através do teste de Friedman. Os valores de pFamostra. pFprovador e QMresíduo fornecidos pela ANOVA de cada escala, foram respectivamente utilizados para avaliar o poder discriminativo, a expansibilidade dos provadores e a variabilidade residual dos dados. Teste de Tukey foi também aplicado para análise do poder discriminativo de cada escala. A normalidade dos dados foi verificada através do cálculo dos Coeficientes de assimetria e curtose, gráfico de probabilidade normal e teste de Kolmogorov-Smirnov. A homoscedasticidade, foi avaliada através de gráficos de dispersão e teste de Levene. Os resultados mostraram que a escala autoajustável foi efetiva para tratar o problema da expansibilidade entre provadores e da desigualdade das variâncias, porém, os resíduos mostraram moderados desvios da normalidade. A escala hedônica de 9 pontos apresentou problemas de heteroscedasticidade. As escalas autoajustável e de ordenação apresentaram o menor e o maior poder discriminativo respectivamente. Apesar dos problemas detectados, as três escalas apresentaram as mesmas tendências de preferência dos produtos avaliados. O segundo experimento foi realizado com o objetivo de se avaliar o desempenho da escala hedônica híbrida em estudos com consumidores, comparando-a à escala hedônica de 9 pontos, escala autoajustável, e escala de ordenação; através dos seguintes critérios: i) variabilidade das respostas sensoriais, ii) poder discriminativo, iii) adequação dos dados às suposições dos modelos ANOVA e, iv) facilidade de uso pelos consumidores. Cinco marcas de suco de laranja foram avaliadas por 80 consumidores, divididos em quatro grupos de 20 indivíduos cada. Todos os indivíduos avaliaram todas as amostras através de todas as escalas em 4 diferentes sessões de degustação. Um delineamento em quadrado latino 4x4, foi utilizado para controlar o efeito de ordem de apresentação das escalas e avaliar sem vícios a facilidade de uso das mesmas. Para cada escala, a ordem de apresentação das amostras e efeitos residuais ("carry-over") foram balanceados. Os resultados obtidos através das escalas hedônica tradicional, híbrida e autoajustável foram avaliados através de ANOVA. A normalidade dos dados foi verificada através do teste de Shapiro-Wilks, a homoscedasticidade através do teste de Brown-Forsythe e a aditividade, através do teste de Tukey para um grau de liberdade. Os valores de pFamostra, pFprovador e QMresíduo fornecidos pela ANOVA de cada escala, foram respectivamente utilizados para avaliar o poder discriminativo, a expansibilidade dos provadores e a variabilidade residual dos dados. O teste de REGWQ foi também aplicado para análise do poder discriminativo de cada escala. Os resultados obtidos através da escala de ordenação foram avaliados pelo teste de Friedman e, a facilidade de uso das escalas por testes de Cochran-Mantel-Haenszel. Os resultados sugeriram uma superioridade da escala hedônica híbrida sobre as escalas hedônica estruturada e a utoaj ustável , tanto em função do poder discriminativo como da adequação dos dados às suposições de normalidade e homoscedasticidade. A despeito dos dados da escala autoajustável terem apresentado maior variabilidade e sérios desvios da normalidade dos resíduos, o poder discriminativo desta escala foi ligeiramente superior ao da escala hedônica estruturada. A escala de ordenação apresentou o menor poder discriminativo em relação às demais. As escalas hedônicas estruturada e híbrida foram consideradas significativamente (p:S;0,01) mais fáceis de serem utilizadas que a autoajustável, não havendo diferença (p:s;O,OS) entre as duas primeiras. Finalmente, o objetivo do terceiro experimento foi avaliar o desempenho das escalas hedônica estruturada, hedônica híbrida e autoajustável na construção de Mapas Internos de Preferência - MDPREF. Nesta pesquisa, a aceitação global de 8 marcas comerciais de vinho tinto, a maioria deles varietal Cabernet Sauvignon, foi avaliada por 112 consumidores. Foram utilizados delineamentos experimentais balanceados para ordem de apresentação das escalas, ordem de apresentação das amostras e efeitos residuais. Os dados foram analisados através de ANOV A e MDPREF. O critério de avaliação do desempenho da cada escala baseou-se no número de consumidores significativamente ajustados (ps O,OS) e no grau de segmentação dos produtos e dos consumidores produzidos pelo MDPREF. Os resultados sugeriram uma superioridade da escala híbrida sobre a escala hedônica tradicional e autoajustável. O MDPREF gerado pelos dados da escala híbrida produziu um maior número de dimensões significativas de preferência (pS O,OS), trazendo como decorrência, uma porcentagem de 79,S% consumidores significativamente ajustados (pS O,OS), enquanto a escala autoajustável ajustou S4,S% dos consumidores e a escala hedônica S1,8%. Em geral a escala hedônica de 9 pontos apresentou um desempenho inferior ao das demais escalas. Os resultados do presente estudo sugerem fortemente que a escala hedônica híbrida é uma ferramenta válida e eficiente que pode ser utilizada na coleta de dados associados a estudos com consumidores, tanto quando eles forem analisados através de modelos normais para análise da variância como através da metodologia de Mapa Interno de Preferência

ASSUNTO(S)

consumidores avaliação sensorial - metodos estatisticos psicometria analysis of variance consumers analise de variancia sensory evaluation psychometrics

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