Associação de neoplasia escamosa intraepitelial e invasiva da vulva a infecção por papiloma virus humanos e a imunodetecção da proteina p53

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

o carcinomada vulva é ainda hoje uma doençade etiologiaindefinida.Estudosrecentesapontam para uma origem multifatorial onde os papilomavírushumanos (HPV) seriam os agentes responsáveis pelo desenvolvimentoda neoplasia vulvar em grupos etários mais jovens, enquanto que nas pacientes mais idosas estaria provavelmente relacionada à presença de lesões distróficas, de mutações genéticas, além de outros fatores ainda pouco conhecidos. Tivemos como objetivo avaliar a presença do HPV e da proteína p53 e correlaciona-Ias com outros parâmetros clínico-patológicos nos grupos de pacientes com neoplasia intraepitelial vulvar (NN m - 38 casos), carcinoma superficialmente invasivo (nove casos) e carcinoma escamoso invasivo da vulva (55 casos). A detecção do HPV foi realizada através de exame imuno-histoquímico com o anticorpo anti-HPV policlonal e da hibridização molecular in situ com sondas biotiniladas de amplo espectro e para os tipos 6/11, 16/18 e 31/35/51. A proteína p53 foi identificada através de exame imuno-histoquímico com o anticorpo monoclonal DO-7. No grupo com NN m a idade média das pacientes foi de 47,5 anos; 45,7% tinham lesão de condiloma associado, o HPV estava presente em 57,9% dos casos e a proteína p53 em 21,1%. As pacientes com carcinoma superficialmente invasivo tinham idade média de 57,9 anos, lesão de condiloma em 22,2%, detecção do HPV em 33,3% e da proteína p53 em 66,7% dos casos. No carcinoma escamoso invasivo a idade média foi de 67,8 anos e apenas 7,3% das pacientes tinham lesão de condiloma associado; lesões distróficas estavam presentes em 60% dos casos e NN m em 25,5%; o HPV foi identificado em 7,3% e a proteína p53 em 58,2%. A detecção do HPV foi mais freqüente no grupo com lesão de NN m e estava relacionada à idade mais jovem das pacientes. No grupo com carcinoma invasivo, a variante histológica mais freqüente foi a queratinizante usual e estava associada à presença de lesões distróficas e da proteína p53. Entretanto, uma pequena subpopulação de pacientes mais jovens continham a variante basalóide do carcinoma invasivo, freqüentemente associada à lesão de NN m e à infecção pelo HPV. Os nossos resultados são semelhantes aos da literatura, onde um grupo de lesões está relacionado com a infecção pelo HPV e outro não. O HPV 16/18 foi o tipo predominanteem todos os grupos de lesões. Índices mais baixos de detecção da p53 nas lesões de NN m e maiores e com proporções semelhantes no carcinoma superficialmente invasivo e invasivo, além da ausência de relação entre a presença da p53 e do HPV, indicam que a imunodetecção da p53 é secundária à invasão do estroma pela neoplasia e é independente da presença de infecção viral. A detecção da proteína p53 estava associada apenas com a profundidade de invasão tumoral e não mostrou relação com neoplasia recidivante ou metástases ganglionares e, portanto, não tem valor como marcador para lesões recidivantes ou metastáticas, pelo menos para o grupo de pacientes incluídas neste trabalho

ASSUNTO(S)

cancer vulva virus do papiloma

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