Associação entre cuidados infantis e diarréia aguda em crianças portuguesas

AUTOR(ES)
FONTE

Revista de Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-10

RESUMO

OBJETIVO: Quantificar a associação entre o tipo de cuidados infantis e a ocorrência de diarréia aguda, sendo dada especial atenção aos diferentes tipos de cuidados infantis prestados a grupos de crianças. MÉTODOS: De outubro de 1998 a janeiro de 1999, foram avaliadas 292 crianças, com idades entre 24 e 36 meses, recrutadas com base numa coorte de recém-nascidos previamente constituída. Foi obtida informação acerca do tipo de cuidados infantis e da ocorrência de diarréia no ano anterior ao estudo por meio de entrevista telefônica aos pais das crianças participantes. Foram utilizadas as provas do X² e de Kruskal-Wallis para comparar proporções e variáveis quantitativas, respectivamente. O risco de diarréia foi estimado pelo cálculo de odds ratios (OR) incidentes e respectivos intervalos de confiança a 95% (IC 95%), brutos e ajustados por regressão logística não condicional. RESULTADOS: Utilizando como classe de referência as crianças cuidadas sozinhas na própria casa, o OR para a ocorrência de diarréia foi 3,18, IC 95% [1,49-6,77] para as crianças cuidadas na própria casa mas em grupo, 2,28, IC 95% [0,92-5,67] para as cuidadas em casas de amas, em grupo, e 2,54, IC 95% [1,21-5,33] para as cuidadas em creches (instituições de prestação de cuidados infantis, em grupo). Nas crianças que mudaram de qualquer outro tipo de cuidados infantis para creches no ano que antecedeu a entrevista o risco de diarréia foi 7,65, IC 95% [3,25-18.02]. CONCLUSÕES: Os cuidados infantis em grupo associaram-se a um maior risco de diarréia aguda, quer fossem prestados na própria casa, em casas de amas ou em creches.

ASSUNTO(S)

diarréia cuidado da criança doença aguda fatores de risco creches

Documentos Relacionados