Atividade do veneno de Lachesis muta muta sobre a resposta imune humoral a antigenos não relacionados
AUTOR(ES)
Marco Antonio Stephano
DATA DE PUBLICAÇÃO
2000
RESUMO
Este trabalho objetivou identificar e demonstrar a razão dos baixos títulos neutralizantes da atividade letal, do soro antiveneno de Lachesis muta, produzido pelo Instituto Butantan. O veneno de Lachesis muta é responsável por 400 acidentes anuais no Brasil e o único tratamento, comprovadamente eficaz, é a soroterapia com antiveneno específico. Os baixos títulos de anticorpos encontrados nos plasmas de equídeos levam a uma descontinuidade de produção ou a um produto com alta concentração de proteína. Estudaram-se também as possibilidades dos venenos de Bothrops jararaca e Crotalus durissus terrificus possuírem o mesmo efeito supressor. Na tentativa de elucidar a possível atividade imunossupressora do veneno de Lachesis muta, foram utilizados como modelo experimental, camundongos selecionados para boa resposta imune humoral (linhagens HQP) e um antígeno não relacionado, no caso o erítrócito de carneiro (EC). O teste de hemoaglutinação foi escolhido para se comparar o efeito do veneno de Lachesis muta na resposta imune a antígenos não relacionados. Grupos de animais receberam veneno de Lachesis muta 24h e 72h antes e concomitante ao EC. Após os primeiros ensaios, em que se verificou a presença de um fator que inibia a produção de anticorpos a um antígeno não relacionado e que este era dose-dependente, o veneno de Lachesis muta foi fracionado por cromatografia de gel filtração em Superdex® 75. Seis frações foram obtidas, porém as frações 4 e 5 apresentaram atividade imunossupressiva. Os venenos obtidos sem as frações 4 e 5 foram utilizados na imunização de equídeos e o título destes animais foi pelo menos, cinco vezes superior ao título obtido por animais imunizados com veneno total. Os resultados obtidos levam-nos às seguintes conclusões: o veneno de Lachesis muta muta apresenta um efeito imunossupressor parcial; pelo menos duas frações distintas apresentam esta atividade; a atividade imunossupressora é dose-dependente; as frações imunossupressoras quando removidas do veneno, faz com que este aumente em cinco vezes os títulos neutralizantes da atividade letal no plasma eqüino
ASSUNTO(S)
antivenenos soroterapia venenos imunossupressão
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000209282Documentos Relacionados
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