Aumento de homocisteína em acidente vascular cerebral isquêmico: análise post-hoc com casos controles em pacientes jovens

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Neuro-Psiquiatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-03

RESUMO

OBJETIVO: Hiperhomocisteinemia tem sido postulada como um dos fatores de risco na patogênese do acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI). Todavia, em adultos jovens existe a possibilidade de aumento significativo de risco de AVCI devido a aumento "normal" da homocisteinemia, "oculta" (patologicamente adormecida) dentro de uma variação definida como normal. Neste trabalho foi investigado um modelo post-hoc de dosagem de homocisteina no plasma (HC) em pacientes jovens com AVCI agudo pareados por gênero e idade. Foi avaliado também relações entre HC e prevalência de outros fatores de risco para AVCI em 41 pacientes e 41 controles normais. MÉTODO: Foi utilizado exame clínico, procedimentos instrumentais e de neuroimagem, exame de fatores de risco, dosagem da homocisteína no plasma, outros exames laboratoriais e análise estatística. RESULTADOS: Não foram encontradas diferenças quanto a presença de fumantes, dosagem de vitaminas, creatinina sérica e perfil lipídico entre os pacientes com AVCI e os controles normais. Todavia os pacientes com AVCI apresentaram diminuição de níveis de vitamina B6 e aumento de homocisteína, fibrinogênio e trigliceridios. A análise multivariada de regressão logística mostrou diferenças significativas apenas para HC e trigliceridios independentemente associadas para fatores de risco para AVCI (72% acuracia, p= 0,001). Um aumento de homocisteína de 1,0 µmol/L estava associado com aumento de 22% de risco de AVCI [OR=1,22 (95%IC 1,03-1,44)]. Foi evidenciado portanto um novo valor de cut-off para HC de 11,58 µmol/L em pacientes jovens com AVCI (ROC auc=0,67, 95% IC 0,55-0,78, p= 0,009). CONCLUSÃO: Este novo valor de cut-offpara a homocisteína discrimina claramente a ausência ou presença de AVCI (sensibilidade >63%, especificidade >68%) independente do gênero ou idade e deve ser aplicado para uma melhor avaliação precoce de pacientes jovens com risco de AVCI.

ASSUNTO(S)

homocisteína epidemiologia acidente vascular cerebral isquêmico paciente jovem

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