Autogestão: um caminho para a emancipação do trabalhador nas cooperativas de produção?

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Temos observado uma retomada do movimento cooperativista, tanto como alternativa ao grande número de desempregados da atualidade, como uma alternativa de resgate do cooperativismo autêntico com uma nova roupagem da Economia Solidária. Se num primeiro momento, os trabalhadores se organizam para garantir um emprego, num segundo momento, eles desenvolvem uma capacidade de reorganizar a sua relação com o trabalho, e esta transformação pode transcender as preocupações de dentro da fábrica. Ou seja, a partir do momento em que os cooperados têm que resolver questões de gestão empresarial não ficam mais no nível simples de responsabilidade administrativa e produtiva. Necessariamente têm de reorganizar suas preocupações cotidianas para um pensamento e um saber estratégico e administrativo-gerencial, que vai mais além do que as suas antigas preocupações de realização de trabalho para outrem. A autogestão os leva a realizar e a pensar a sua própria gestão, da sua empresa e de seu trabalho. Ainda que esta preocupação não seja uma consciência que esteja se concretizando com todos da mesma forma e no mesmo tempo, observamos com a pesquisa de campo que há já compromissos com a autogestão na maioria dos cooperados, ainda que em graus diferenciados. A continuar esse processo sem grandes rupturas, consolidando esta autogestão, poderão os trabalhadores nela envolvidos chegar a emancipação definitiva? A emancipação do trabalho, controlando e gerindo suas próprias cooperativas talvez já esteja em curso, e a continuidade desta lhe garantirá não só o trabalho mas a construção de uma outra relação com as empresas, com as cooperativas e com a sociedade como um todo

ASSUNTO(S)

autogestão cooperativismo economia solidária ciencias sociais aplicadas

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