Avaliação da adesão ao tratamento e dos resultados clinicos e humanisticos na investigação da hipertensão arterial resistente / Assessment of the adherence to treatment and clinical and humanistic results in the investigation of resistant arterial hypertension

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Introdução: O diagnóstico de hipertensão arterial resistente requer cuidadosa avaliação da adesão ao tratamento prescrito. Objetivos: Analisar a adesão ao tratamento dos pacientes com hipertensão arterial de difícil controle, referenciados ao Ambulatório de Farmacologia Cardiovascular do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, a fim de identificar os hipertensos resistentes ao tratamento farmacológico. Avaliar também os resultados clínicos e humanísticos durante o seguimento farmacoterapêutico. Método. Realizou-se um estudo prospectivo de 44 pacientes acompanhados por um período de 12 meses. Durante o seguimento farmacoterapêutico, utilizaram-se os seguintes instrumentos: Teste de Morisky et al. e contagem de comprimidos para análise da adesão ao tratamento; teste do conhecimento em relação à doença e ao tratamento anti-hipertensivo; análise da pressão arterial (PA) ambulatorial e através da Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA); para qualidade de vida, utilizou-se o instrumento genérico como o SF-36 e instrumento específico (perfil de sintomas físicos); também utilizaram-se os facilitadores de cuidados à saúde (urgência hipertensiva e internação hospitalar). Resultados: Com relação à adesão ao tratamento pelo método contagem de comprimidos, 63,6% dos pacientes foram aderentes no início e, 95,4%, no final do estudo. Pelo Teste de Morisky et al., a adesão foi de 36,4%, no início e, 68,2%, no final. Os hipertensos apresentaram altos níveis de conhecimento em relação à doença e ao tratamento, porém não houve relação com o controle da pressão arterial. Houve redução significativa da pressão arterial (p<0,05) pela MAPA e ambulatorial, mas 59% dos pacientes não controlaram a PA. Quase todos os domínios do SF-36 não sofreram alteração durante o estudo. Mas, para o instrumento específico (perfil de sintomas físicos), houve uma redução significativa nos sintomas moderados e graves (p=0,005). Houve também uma redução significativa no número de urgências hipertensivas (p=0,0001) e de internação hospitalar (p=0,0006). Conclusões: O seguimento farmacoterapêutico foi efetivo na redução da pressão arterial, de sintomas físicos, de urgência hipertensiva e de internação hospitalar; mas não foi sensitivo o suficiente para detectar mudanças nos domínios do SF-36. Apesar dos elevados níveis de adesão ao tratamento, a maioria dos pacientes não controlou a PA. Portanto, outros fatores devem ser investigados, a fim de se caracterizar esses pacientes como resistentes ao tratamento

ASSUNTO(S)

atenção farmaceutica qualidade de vida hipertensão pharmaceutical cares hypertension adesão adherence quality of life

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