Avaliação da extremidade superior de tetraplégicos : correlações clínicas, funcionais e cinemáticas / Upper limb assessment in tetraplegia : clinical, functional and kinematic correlations

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/08/2010

RESUMO

Vários são os instrumentos de avaliação dedicados aos tetraplégicos. A compreensão de suas relações é de fundamental importância para o desenvolvimento e elaboração de abordagens terapêuticas voltadas à reabilitação da extremidade superior desses indivíduos. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar as correlações entre as avaliações clínicas, funcionais e cinemáticas da extremidade superior durante os movimentos de alcance-preensão em tetraplégicos. Vinte tetraplégicos crônicos e vinte participantes controles foram selecionados para o estudo. Os instrumentos utilizados para a avaliação foram: o padrão de classificação da Associação Americana de Lesão Medular – ASIA, a Medida de Independência Funcional – MIF, a Mensuração de Independência da Medula espinhal – SCIM II, e a avaliação cinemática do movimento de alcance-preensão. Foram utilizadas as seguintes variáveis cinemáticas: deslocamento anterior do tronco e protração do ombro, amplitude articular do ombro, cotovelo e punho nos planos sagital e horizontal, índice de curvatura, pico de velocidade máxima, razão do pico de velocidade máxima, tempo de movimento e número de picos. O deslocamento anterior do tronco, protração do ombro e as amplitudes articulares do ombro e cotovelo não apresentaram diferenças significativas entre os tetraplégicos e os controles. Apenas a amplitude de flexoextensão do punho foi significativamente maior em tetraplégicos. Os movimentos dos tetraplégicos foram mais lentos, segmentados e menos harmoniosos, quando comparados com os controles. Foi encontrada uma correlação positiva entre o índice motor total e a MIF (r = 0.6089; p = 0.0044) e SCIM II (r = 0.5229; p = 0.018). As avaliações funcionais apresentaram correlação positiva entre si (r = 0.8283; p <0.0001). Foi encontrada também correlação entre o índice motor direito e esquerdo, a MIF motora e o SCIM II, com várias variáveis cinemáticas estudadas (pico de velocidade máxima, tempo de movimento, índice de curvatura, número de picos e razão do pico de velocidade máxima de velocidade). Dentre as amplitudes articulares de movimento (ombro, cotovelo e punho), apenas a amplitude do punho demonstrou correlação com a variável clínica. Este estudo demonstra que a força muscular avaliada pelo índice motor da ASIA se correlaciona moderadamente com as variáveis cinemáticas relacionadas à harmonia de trajetória dos movimentos de alcance-preensão em tetraplégicos. Já as avaliações funcionais apresentaram forte correlação entre si e moderada correlação com o índice motor direito, esquerdo e total, mas não apresentaram uma correlação constante com as variáveis cinemáticas avaliadas à direita e à esquerda.

ASSUNTO(S)

tetraplegia avaliação cinemática tetraplegia assessment kinematic

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