Avaliação da ingestão de flúor de crianças brasileiras de 2 a 6 anos de idade / .

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este estudo comparou a ingestão de flúor (F) de crianças de 2 a 6 anos residentes em área fluoretada (Bauru-SP, 0,6-0,8 ppm F) e não fluoretada (Pirajuí-SP), avaliada através do método da dieta duplicada associado à escovação simulada e do Questionário de Freqüência Alimentar semi-quantitativo (QFAsq) associado a questionário para estimativa de ingestão de F a partir do dentifrício. Inicialmente, o QFAsq foi aplicado em 398 crianças residentes no município de Pirajuí-SP. Posteriormente, foram avaliadas subamostras de 25 crianças residentes em Bauru e 24 residentes em Pirajuí. Nestas subamostras, a quantidade de F ingerida através da dieta foi determinada pelo QFAsq e também pela dieta duplicada, considerando seus diferentes constituintes (água, outros líquidos e sólidos). A ingestão de F através do dentifrício foi determinada pelo questionário para estimativa da ingestão de dentifrício e pela escovação simulada. O F foi analisado por eletrodo, depois de difusão facilitada por hexametildiloxano ou após tamponameno com TISAB. A analise estatística foi feita utilizando o software GraphPad InStat, aplicando os testes t pareado, t não pareado, Wilcoxon pareado, Mann-Whitney e estatística de correlação (p<0.05). O QFAsq aplicado à amostra de 398 crianças de Pirajuí encontrou valores de ingestão total de F significativamente menores que os relatados previamente para crianças residentes em Bauru (Miziara, 2006). Na subamostra de crianças avaliadas, a média (±DP, mg) da ingestão de F estimada a partir do QFAsq e da dieta duplicada, considerando-se a dieta total foi de 0,420±0,087 e 0,805±0,190 (Bauru) e 0,227±0,072 e 0,144±0,050 (Pirajuí), sendo a diferença entre os métodos significativa em ambos os municípios. Somente foi obtida uma correlação significativa entre os dois métodos no caso dos sólidos, para ambos os municípios. Considerando a estimativa da ingestão de F a partir do dentifrício obtida pela aplicação do questionário e pela escovação simulada, as médias (±DP, mg) compiladas (Bauru mais Pirajuí) foram 0,611±0,452 e 0,784±0,737, respectivamente, não havendo diferença e nem correlação significativas entre os métodos. Através da utilização dos questionários, foi possível detectar diferença significativa na ingestão total de F entre Bauru e Pirajuí. Entretanto, o mesmo não ocorreu quando se utilizou o método da dieta duplicada associado à escovação simulada. Face aos resultados obtidos, o QFAsq associado a um questionário para estimativa da ingestão de F a partir do dentifrício parece ter um bom potencial para utilização a nível epidemiológico, para se avaliar o risco de grupos de crianças à fluorose dentária. Alguns parâmetros do QFAsq podem ser melhor trabalhados para uma análise mais fidedigna, principalmente com relação à freqüência de ingestão de água e outros líquidos. Em adição, a aplicabilidade desses questionários a nível individual para detecção de risco à fluorose dentária ainda precisa ser melhor estudada.

ASSUNTO(S)

questionário de freqüência alimentar intake dental fluorosis food frequency questionnaire fluoride flúor ingestão fluorose dentária

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