Avaliação da qualidade das águas de chuva de Florianópolis, Tubarão, Criciúma e São Martinho, com ênfase na caracterização das influências marinhas e continentais simuladas utilizando o modelo hysplit
AUTOR(ES)
Renata Fátima Martins
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
Este trabalho aborda alguns aspectos referentes ao estudo da qualidade das águas de chuva em quatro municípios do Estado de Santa Catarina: Florianópolis, Tubarão, Criciúma e São Martinho. O principal objetivo deste estudo, foi avaliar a qualidade das águas de chuva do município de Florianópolis, com ênfase na identificação das possíveis influências marinhas e continentais, originadas através das trajetórias das partículas, simuladas pelo modelo Hysplit. Quando o ar está desprovido de poluentes, o único ácido que influência o pH das chuvas é o ácido carbônico. Este ácido, dissolvido na água pura, mantém seu pH em torno de 5,65. Considera-se ácida, somente as águas de chuva que apresentam pH inferior a 5,65. Os valores de pH registrados para as chuvas coletadas durante o período em estudo, variaram entre os valores de 3,33 a 7,85, o que indica a ocorrência de chuvas ácidas nos municípios estudados na presente pesquisa. Das quatro localidades estudadas, o pH significativamente mais baixo observado, foi medido no município de Tubarão, demonstrando como realmente esta região está mais sujeita as emissões ácidas. No âmbito deste escopo, foram avaliados os cátions: sódio, potássio, cálcio e magnésio; os ânions: cloreto, sulfato e nitrato e os metais-traço: Chumbo, Cádmio, Cromo, Níquel, Cobre, Ferro e Manganês para cada evento de chuva amostrado no campus da UFSC em Florianópolis e para eventos coletados nas cidades de Tubarão, Criciúma e São Martinho. As técnicas análiticas utilizadas para a caracterização das amostras de água de chuva foram: Espectrometria de Absorção Atômica de Chama, Espectrometria de Absorção Atômica com Forno de Grafite, e por Cromatrografia iônica Dionex. As metodologias propostas para a avaliação química dos elementos traço e composição iônica das águas de chuva analisadas através da Espectrometria de Emissão, Absorção Atômica e Cromatografia iônica mostraram-se adequadas, caracterizando a real situação dos cátions, ânions e metais-traço em cada evento de chuva amostrado. Os íons que apresentaram concentrações mais elevadas foram: o cloreto e o sódio com concentrações médias de 56,9 mol.L-1 e 54,4 mol.L-1, respectivamente. Entre os metais-traço e metais pesados, obteve-se concentrações médias mais elevadas no cádmio com 7,91 x 10-3 mol.L-1, no chumbo com 7,56 x 10-3 mol.L-1 e no ferro com 3,41 x 10-1 mol.L-1. Para a simulação da pluma de dispersão dos possíveis poluentes atmosféricos, utilizou-se como ferramenta de suporte o modelo de dispersão Hysplit_4. Para o estudo de identificação das possíveis fontes, de origem marinha ou continental de cada evento amostrado em Florianópolis, utilizou-se gráficos de trajetória das plumas de dispersão dos poluentes produzidos e visualizados através do próprio modelo. As análises das trajetórias geradas, através do modelo HYSPLIT, demonstraram que as elevadas concentrações de Cl- encontradas na água de chuva de Florianópolis, são de origem marinha provenientes do Oceano Atlântico. Já As elevadas concentrações SO42+ e NO3- podem estar relacionadas com as fontes de origem continental provenientes das queimadas da região norte e centro-oeste do Brasil.
ASSUNTO(S)
chuvas ácidas metais pesados - aspectos ambientais - santa catarina Água - qualidade - avaliação engenharia sanitaria
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