Avaliação da técnica de utilização de dispositivos inalatórios no tratamento de doenças respiratórias no sul do Brasil: estudo de base populacional

AUTOR(ES)
FONTE

J. bras. pneumol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-10

RESUMO

OBJETIVO: Conhecer os erros na técnica de uso de dispositivos inalatórios empregada por pacientes com doenças respiratórias no sul do Brasil e o perfil daqueles que possuem dificuldades em realizá-la. MÉTODOS: Estudo transversal, de base populacional, com indivíduos com idade ≥ 10 anos e em uso de inaladores pressurizados (IPrs) ou inaladores de pó (IP) em 1.722 domicílios de Pelotas (RS). RESULTADOS: Foram incluídos 110 indivíduos que utilizavam 94 IPrs e 49 IP. Os principais erros no uso dos IPrs e IP foram não expirar antes da inalação (66% e 47%, respectivamente), não fazer uma pausa inspiratória após a inalação (29% e 25%) e não agitar o IPr antes do uso (21%). Os indivíduos com idade ≥ 60 anos mais frequentemente cometeram erros. Das demonstrações de uso do IPr e IP, respectivamente, 72% e 51% apresentaram ao menos um erro, enquanto 13% das demonstrações foram plenamente corretas e 11% apresentaram erros em todas as fases. A proporção de indivíduos com menor nível de escolaridade que cometeram ao menos um erro foi significativamente maior do que a daqueles com maior nível de escolaridade tanto no uso de IPrs (85% vs. 60%; p = 0,018) quanto no de IPs (81% vs. 35%; p = 0,010). CONCLUSÕES: Nesta amostra, os principais erros cometidos no uso dos inaladores foram não realizar a expiração antes da inalação, não fazer a pausa inspiratória após a inalação e não agitar o IPr. Pacientes com menor nível socioeconômico e educacional, assim como aqueles com idade avançada, merecem especial atenção na educação sobre a realização da técnica inalatória, pois apresentam um maior risco de cometer erros durante o uso dos inaladores.

ASSUNTO(S)

asma doença pulmonar obstrutiva crônica inaladores de pó seco inaladores dosimetrados

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