Avaliação da vulnerabilidade de famílias na atenção básica / Assessment of the vulnerability of families in primary health care

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/10/2011

RESUMO

Este estudo teve como objeto famílias em situação de vulnerabilidade ao adoecimento assistidas por equipes da Estratégia Saúde da Família na Atenção Básica. Seu objetivo foi identificar famílias em situação de vulnerabilidade em uma Unidade Básica da ESF do Distrito Federal. Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, transversal, de abordagem quantitativa. Foram realizadas 320 visitas domiciliárias definidas por uma amostra aleatória das áreas de abrangência do Posto Urbano-1 em São Sebastião DF. Utilizou-se um questionário estruturado, elaborado a partir do Índice de Desenvolvimento da Família (IDF). Os resultados revelaram famílias constituídas, em média, por quatro integrantes, com predomínio do sexo feminino, idade média de 25 anos, situação conjugal de solteiro e escolaridade baixa. Do total de famílias entrevistadas, 71 (22,2%) estavam em situação de pobreza e 27 (8,4%), de extrema pobreza. O IDF geral das famílias foi aceitável (IDF geral = 0,77), já que 268 (83,7%) encontravam-se em situação aceitável, porém 47 (14,7%) estavam em situação de vulnerabilidade grave e 5 (1,6%), muito grave. As dimensões mais críticas foram: acesso ao conhecimento e acesso ao trabalho, com IDF de 0,60 e 0,64, respectivamente. Na dimensão ausência de vulnerabilidade, os componentes atenção e cuidados com crianças, adolescentes e jovens e presença do cônjuge foram os que apresentaram situação de vulnerabilidade muito grave e grave, com índices de 0,26 e 0,52, respectivamente. Na dimensão acesso ao conhecimento, o componente escolaridade apresentou situação de vulnerabilidade muito grave, com IDF de 0,32. Na dimensão acesso ao trabalho, os componentes disponibilidade de trabalho e remuneração foram classificados como vulnerabilidade grave, com índices de 0,62 e 0,51, respectivamente. Os componentes das dimensões disponibilidade de recursos e desenvolvimento infantil apresentaram situação aceitável. Na dimensão condições habitacionais, o componente que apresentou situação de vulnerabilidade grave foi o déficit habitacional, com IDF de 0,60. Os indicadores de necessidades das famílias em situação de vulnerabilidade muito grave e grave foram: presença de crianças, adolescentes ou jovens; presença do cônjuge; chefe de família do sexo masculino e viver na presença do cônjuge; presença de adultos com ensino fundamental (principalmente nas famílias em situação de vulnerabilidade muito grave), médio ou superior completos; presença de mais que a metade dos membros em idade ativa ocupados; presença de trabalhador há mais de seis meses no trabalho atual; presença de um ocupado no setor formal; presença de um trabalhador que recebia mais que um salário mínimo; renda familiar superior a linha da extrema pobreza (principalmente para as famílias em situação de vulnerabilidade muito grave) e pobreza; maior parte da renda familiar que não advém de transferências do governo; ausência de crianças de zero a seis anos fora da escola; ausência de mãe cujo filho tenha morrido; presença de até dois moradores por dormitório; e acesso a telefone e computador. O estudo permitiu identificar famílias em situação de vulnerabilidade e sinalizou a importância de maiores investimentos nas áreas de educação, trabalho e renda. Espera-se que seja útil para fomentar reflexão crítica dos profissionais de saúde da Atenção Básica quanto ao reconhecimento das famílias em situação de vulnerabilidade, bem como de suas necessidades de saúde.

ASSUNTO(S)

health evaluation assistência integral à saúde atenção primária à saúde avaliação em saúde comprehensive health care determinação de necessidades de cuidados de saúde família family needs assessment primary health care vulnerabilidade vulnerability

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