Neves, Margarida Celia Lima Costa, Neves, Yuri Costa Sarno, Mendes, Carlos Mauricio Cardeal, Bastos, Monalisa Nobre, Camelier, Aquiles Assuncao, Queiroz, Cleriston Farias, Mendoza, Bernardo Fonseca, Lemos, Antonio Carlos Moreira, Junior, Argemiro D'Oliveira
2013OBJETIVO: Determinar a prevalência de atopia e avaliar o perfil clínico, laboratorial e radiológico de pacientes com DPOC. MÉTODOS: Estudo de corte transversal com pacientes ambulatoriais portadores de DPOC estável (definida pela história clínica e relação VEF1/CVF < 70% do previsto após broncodilatador). Os pacientes responderam um questionário clínico e de atopia e foram submetidos a citologia de lavado nasal, teste cutâneo de alergia, radiografia de tórax, hemogasometria arterial e dosagem de IgE total. RESULTADOS: Dos 149 indivíduos avaliados, 53 (35,6%), 49 (32,8%) e 88 (59,1%), respectivamente, apresentavam eosinofilia no lavado nasal, teste cutâneo positivo e sintomas de rinite alérgica. A análise de correspondência confirmou esses achados, evidenciando dois perfis distintos de doença: a presença de atopia em pacientes com estágios mais leves de DPOC, e a ausência de características de atopia em pacientes com aspectos de doença mais grave (VEF1 reduzido e hiperinsuflação). Houve uma associação estatisticamente significante entre eosinofilia no lavado nasal e prova farmacodinâmica positiva. CONCLUSÕES: Este estudo identificou uma alta frequência de atopia em pacientes com DPOC, utilizando ferramentas simples e reprodutíveis. A monitorização inflamatória de vias aéreas parece ser uma ferramenta útil para avaliar as doenças respiratórias em idosos, assim como em pacientes com sobreposição de asma e DPOC, entidade clínica ainda pouco compreendida.