Avaliação de uma escala de risco em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio: análise de 400 casos

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Terapia Intensiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-03

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi o de avaliar uma escala de risco baseada em um protocolo desenvolvido na The Cleveland Clinic Foundation para procedimento cirúrgico de revascularização do miocárdio (RM), utilizando os parâmetros de pré e peri-operatório e o quadro fisiológico do paciente na admissão à unidade de terapia intensiva (UTI). MÉTODO: No período de maio de 1999 a janeiro de 2002, parte dos pacientes submetidos a procedimento cirúrgico de RM no Serviço de Cirurgia Cardiovascular do Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, foram incluídos no protocolo de avaliação do grau de risco operatório, de modo prospectivo e consecutivo. Na avaliação pré-operatória um parâmetro < a 6 foi associado a casos menos graves e parâmetros > de 7 corresponderam a casos mais graves. Para a avaliação na admissão à UTI, esta classificação foi associada a valores de parâmetros < a 14 e > de 14. A morbidade foi classificada em complicações maiores e menores. Foram incluídos todos os pacientes em que foi possível obter o registro de todas as variáveis do protocolo. RESULTADOS: Foram avaliados 400 pacientes que fizeram cirurgia com e sem o uso da circulação extracorpórea (CEC). Os fatores de risco pré-operatórios mais encontrados foram a idade entre 65 e 74 anos em 111 casos (27,75%), peso abaixo de 65kg em 106 (26,5%), diabete melito em tratamento em 89 (22,25%). O tempo de CEC foi acima de 160 minutos em 13 casos (6,95%) e o balão intra-aórtico utilizado em 11 (2,75%). No quadro fisiológico de admissão à UTI, a diferença alvéolo-arterial igual ou acima de 250 mmHg foi o parâmetro mais encontrado em 334 pacientes (83,5%), o bicarbonato de sódio arterial abaixo de 21 mmol/L foi identificado em 265 pacientes (66,25%), e o desempenho cardiovascular marginal ou inadequado foi observado em 263 pacientes (65,75%). Complicações maiores ocorreram em 124 pacientes (31%) e a síndrome de baixo débito foi mais freqüente em 64 (51,61%). Foram registrados 22 óbitos (5,5%), sendo os de etiologia cardiovascular os mais freqüentes (40,9%). Em 370 pacientes (92,5%) a avaliação pré-operatória teve como resultado um parâmetro < 6; e, no momento da admissão à UTI, o parâmetro foi < a 14 em 345 casos (86,25%). Os pacientes com parâmetros maiores, tanto no pré-operatório quanto no momento da admissão à UTI, apresentaram mais complicações e maior ocorrência de óbito. CONCLUSÕES: Os parâmetros registrados no momento pré-operatório e no momento da admissão à UTI apresentaram correlação com a probabilidade de óbito e de complicações do paciente e que o parâmetro na admissão à UTI, associado ao de pré e ao peri-operatório é mais informativo tanto para o prognóstico de óbito quanto de complicações. Os modelos ajustados expressaram adequadamente as probabilidades estimadas de óbito e de complicações, em função dos parâmetros no pré-operatório, peri-operatório e na admissão à UTI.

ASSUNTO(S)

cirurgia cirurgia de revascularização do miocárdio revascularização

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