Avaliação do Infarto do Miocárdio pela Ressonância Magnética Cardíaca e Mortalidade em Longo Prazo
AUTOR(ES)
Petriz, João Luiz Fernandes, Gomes, Bruno Ferraz de Oliveira, Rua, Braulio Santos, Azevedo, Clério Francisco, Hadlich, Marcelo Souza, Mussi, Henrique Thadeu Periard, Taets, Gunnar de Cunto, Nascimento, Emília Matos do, Pereira, Basílio de Bragança, Silva, Nelson Albuquerque de Souza e
FONTE
Arq. Bras. Cardiol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
21/11/2014
RESUMO
Fundamento: A ressonância magnética cardíaca fornece informações anatômicas detalhadas do infarto, porém poucos estudos investigaram a associação desses dados com mortalidade pós-infarto agudo do miocárdio. Objetivo: Verificar a associação entre os dados de anatomia e magnitude do infarto, obtidos da ressonância magnética cardíaca pós-infarto agudo do miocárdio, e mortalidade em longo prazo. Métodos: Foram identificados 1.959 laudos com “massa infartada” em 7.119 exames de ressonância magnética cardíaca, dos quais 420 possuíam documentação clínica e laboratorial de infarto agudo do miocárdio prévio. As variáveis estudadas foram os fatores de risco clássicos, fração de ejeção do ventrículo esquerdo, função ventricular categorizada e localização do infarto agudo do miocárdio. Massa infartada, extensão e transmuralidade do infarto agudo do miocárdio foram analisadas de maneira isolada e conjuntamente, pela variável denominada “MET-IAM”. A análise estatística foi feita pelo elastic net regularization, pelo modelo de Cox e por árvores de sobrevida. Resultados: A idade média foi 62,3 ± 12 anos, sendo 77,3% de homens. Durante o seguimento de 6,4 ± 2,9 anos, foram identificados 76 óbitos (18,1%). Creatinina sérica, diabetes melito e infarto agudo do miocárdio prévio demonstraram associação independente com mortalidade. A idade foi o principal fator explicativo. As variáveis da ressonância magnética cardíaca que se associaram de forma independente com a mortalidade foram: transmuralidade do infarto agudo do miocárdio (p = 0,047), disfunção ventricular (p = 0,0005) e massa infartada (p = 0,0005) − sendo essa última a principal variável explicativa para morte por doença isquêmica cardíaca. A variável MET-IAM exibiu a maior associação de risco para morte por doença isquêmica cardíaca (HR: 16,04; IC95%: 2,64-97,5; p = 0,003). Conclusão: Os dados anatômicos do infarto obtidos da ressonância magnética cardíaca pós-infarto agudo do miocárdio se associaram de forma independente com mortalidade em longo prazo, sendo, porém, mais relevantes para morte por doença isquêmica cardíaca.
ASSUNTO(S)
infarto do miocárdio/fisiopatologia; imagem por ressonância magnética diagnóstico por imagem mortalidade fator de risco
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