Avaliação do significado clínico do subtipo basal-like de câncer de mama identificado através de imunohistoquímica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Base teórica: Atualmente, a avaliação prognóstica do câncer de mama inicial é principalmente baseada nas características clínicas das pacientes e histológicas dos tumores. Recentemente, subtipos moleculares de carcinoma invasor da mama foram reconhecidos através dos estudos de perfilamento genético por DNA microarray. Essa nova classificação pode melhorar a avaliação prognóstica, mas essa nova tecnologia ainda não é amplamente disponível. Assim, a possibilidade de identificar os subtipos moleculares através de métodos mais simples e baratos é promissora. A identificação do subtipo basal-like de câncer de mama particularmente importante porque tem uma evolução desfavorável e menos opções de tratamento disponíveis. Adicionalmente, a expressão de Receptor para o Fator de Crescimento Epidérmico (EGFR) parece ser mais freqüente nesse subtipo. Métodos: Uma coorte retrospectiva de 112 pacientes consecutivas com carcinoma primário de mama de estágio patológico I ou II, diagnosticadas e tratadas na mesma instituição entre 1995 e 2000, foi estudada. As características histológicas e clínicas, bem como dados de evolução clínica e sobrevida, foram revisados. Análise imunohistoquímica foi realizada em blocos representativos dos tumores com anticorpos contra Receptor de Estrógeno (RE), Receptor para o Fator de Crescimento Epidérmico Humano-tipo 2 (HER2), CK 5/6 e EGFR. O objetivo primário foi identificar a prevalência do subtipo basal-like de câncer de mama (RE HER2-negativo e CK 5/6 e/ou EGFR positivo) nessa população. Resultados: 13 dos 112 (11,6%) tumores avaliados foram do subtipo basal-like. Sua idade média foi 49 anos; 77 % eram estágio patológico II e 100 % eram carcinomas ductais invasores. Não houve diferença prognóstica entre o subtipo basal-like e os subtipos luminal (RE positivo e HER2 negativo); com superexpressão de HER2 (HER2 positivo) e indeterminado (quatro marcadores negativos) com relação à sobrevida livre de doença e sobrevida geral. Esse resultado provavelmente se deve ao número limitado de pacientes neste estudo e ao bom prognóstico de pacientes com câncer de mama em estágio inicial. 11 dos 112 (10%) casos foram positivos para EGFR. Tumores positivos para EGFR foram mais freqüentemente negativos para RE (23 x 5%;p=0,01). Conclusões: Nossos resultados sugerem que é possível identificar o subtipo basal-like de câncer de mama através da análise imunohistoquímica do RE, HER2, CK 5/6 e EGFR. Além disso, a expressão de EGFR parece ser mais freqüente em tumores Re-negativos, o que sugere que drogas direcionadas contra o EGFR poderiam beneficiar esse subgrupo de pacientes

ASSUNTO(S)

imunohistoquÍmica prognÓstico medicina neoplasias mamÁrias

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