Avaliação ecoepidemiológica e sanitária de piscinas coletivas da cidade de São Carlos - SP

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Com o intuito de avaliar as condições ecoepidemiológicas e sanitárias de piscinas coletivas da cidade de São Carlos SP, foram coletadas 160 amostras de água em 20 piscinas, entre Agosto/2007 e Abril/2008. As piscinas foram caracterizadas através de aplicação de questionário junto aos responsáveis pelo tratamento da água. Os parâmetros físico-químicos analisados foram: pH, temperatura, alcalinidade, concentração de cloro livre e turbidez. A análise microbiológica foi realizada através de contagem de bactérias heterotróficas (método de pour plate) e de concentração em membrana filtrante para a pesquisa de coliformes totais, Escherichia coli, Staphylococcus spp, Pseudomonas spp, Mycobacterium spp e amebas de vida livre. Entre as piscinas analisadas, 11 eram aquecidas e nove não-aquecidas. Metade das piscinas localizava-se em ambiente interno e a outra metade em ambiente externo. Dezessete piscinas eram cloradas e três delas faziam tratamento de desinfecção combinado: duas utilizando cloro e UV e uma utilizando cloro e ozônio. Apenas 13 amostras (8 %) se apresentaram dentro dos padrões desejados para pH, turbidez e concentração de cloro livre ao mesmo tempo. Doze amostras (7,5 %) estavam fora do padrão sugerido para bactérias heterotróficas e 63 (39 %) foram consideradas insatisfatórias quanto à presença de coliformes totais. Escherichia coli foi detectada em duas amostras apenas. Em relação aos outros microrganismos pesquisados, 102 amostras (64 %) apresentaram-se com pelo menos um deles. As porcentagens de ocorrência foram: 14 % para Staphylococcus spp, 35 % para Pseudomonas spp, 33 % para Mycobacterium spp e 21 % para amebas de vida livre. As amebas detectadas foram utilizadas para recuperar bactérias possivelmente presentes em seu interior. Das 33 amostras positivas para esses protozoários, 18 (54 %) demonstraram hospedar Mycobacterium spp, 15 (45 %) abrigavam Pseudomonas spp e uma (3 %) apresentava Staphylococcus spp internalizados. Escherichia coli não foi recuperada a partir de células amebianas. Os parâmetros físico-químicos mais relacionados com a ocorrência de microrganismos nas amostras estudadas foram o pH e o cloro. Não foi identificada relação significativa entre a temperatura da água e a ocorrência de microrganismos. De forma geral, foi possível observar certo descuido quanto às formas adequadas de tratamento e manutenção das águas das piscinas estudadas, o que pode colocar em risco a saúde dos freqüentadores, ao criar condições para o desenvolvimento de microrganismos, inclusive para aqueles potencialmente patogênicos.

ASSUNTO(S)

ecologia simbiose mycobacterium pseudomonas sp piscinas microbiologia amebas Água - qualidade staphylococcus freeliving amoebae ecologia escherichia coli swimming pools

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