Avaliação in vitro da atividade antitumoral de compostos de coordenação de ferro

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

As neoplasias são hoje a terceira maior causa de morte no Brasil, e estima-se que em meados do século 21 o câncer já atinja o primeiro lugar em número de mortes em nosso país. Atualmente o câncer é responsável por aproximadamente sete milhões (12,5%) de mortes por ano em todo o mundo, apesar de diferentes terapias existentes. Neste trabalho foi estudada a ação antitumoral de três compostos de coordenação de ferro frente a cinco linhagens celulares de origem leucêmica humanas (U937, THP-1, HL-60, JURKAT e MOLT-4), bem como o efeito tóxico dos compostos frente a células normais humanas (PBMC) e a determinação da DL50 para camundongos suíço-albino. O ensaio com MTT [3(4,5-dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide] demonstrou que todos os compostos foram capazes de inibir o crescimento das células tumorais mesmo na menor concentração testada (50M). A análise por microscopia de fluorescência mostrou que os compostos foram capazes de induzir apoptose nas linhagens celulares testadas de maneira tempo e dose dependentes, sendo que a linhagem THP-1 mostrou maior resistência aos compostos (2) e (3) e a linhagem HL-60 ao composto (3). A apoptose induzida pelos compostos foi confirmada pelo ensaio de fragmentação de DNA em gel de agarose. A análise por microscopia confocal das células tratadas com os compostos e incubadas com rhodamina 123, demonstrou que havia um comprometimento mitocondrial nas células testadas. Essa alteração foi confirmada nas amostras analisadas por microscopia eletrônica de transmissão, quando foi também observado o envolvimento do reticulo endoplasmático no processo. Os compostos foram tóxicos às células normais humanas (PBMC), porém em grau menor do que para células tumorais, exceto para o composto (2), que se mostrou mais tóxico para células normais. Os compostos (1) e (2) mostraram toxicidade similar ao do composto cisplatina frente a células normais humanas in vitro, enquanto que o composto (3) foi menos tóxico para células normais quando comparado a cisplatina. A DL50 dos compostos (2) e (3) foram, respectivamente, 108,5 mg kg -1 e 147,2 mg kg -1 , possuindo toxicidade inferior que a do composto cisplatina descrita na literatura (50,0 mg kg -1 ). Esses resultados mostram que os compostos de coordenação testados inibem o crescimento de células tumorais in vitro por induzir morte celular por apoptose e sugerem que a via apoptótica mitocondrial está envolvida neste processo.

ASSUNTO(S)

cisplatina apoptose cancer câncer imunologia coordinated compounds cisplatin apoptosis compostos de coordenação

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